Bate-Pronto - 22-02-20

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Não vem no pacote

Independentemente desta questão da transferência ou não dos passes dos ônibus para a nova empresa que assumiu emergencialmente os serviços do transporte público de Limeira, é inegável que os veículos agora em circulação são superiores em qualidade aos que vinham percorrendo as ruas da cidade.

Perguntei na gozação ao vereador Zé da Mix se, além dos ônibus novos, haveria uma nova maneira de muitos se comportarem no interior dos mesmos. E ele respondeu:

- Isso não vem no pacote.

E não vem mesmo. Já se toma conhecimento de atitudes predatórias de alguns usuários do nosso transporte coletivo com relação aos novos veículos.

Não vem no pacote porque esse “pacote” teria que vir do berço, do lar de pessoas, e a essas pessoas não se ensinou como viver em comunidade. Agem como animais.

E a questão desse mau comportamento de muitos transcende os ônibus: diariamente toma-se conhecimento de pichações em muros de escolas e residências, de furto de fiação e de material hidráulico também em escolas, em centros comunitários, em casas em construção, em templos religiosos. Até um local na cidade onde moradores de rua podem tomar banho, dormir, receber alguma refeição, as torneiras todas foram trocadas pelas de plástico. Porque, do contrário, furta-se até lá onde esse povo recebe benefícios de graça. Furta-se placas de bronze onde as houver. No Rio, furtaram uma estátua de ferro de 400 quilos de uma praça central da cidade.

E indivíduos que agem assim – moradores de rua, jovens “nem-nem”, quando detidos, muitas vezes ficam menos tempo nos distritos policiais do que os profissionais de segurança que os detiveram. A coisa está tão bagunçada, está tão visível que qualquer pessoa com um mínimo de bom senso percebe que isso precisa mudar. E não muda. Só piora. A grande imprensa, em vez de apontar os reais problemas da falta de segurança, prefere direcionar suas críticas às forças policiais. O resultado deste descaso está claro e cristalino: aumenta a cada dia o número de moradores de rua, amparados por assistencialismo de governos, ONGs e entidades religiosas. Aumenta também a cada dia o número de menores cooptados para traficar drogas. Só como exemplo, esta semana um garoto foi detido em seu primeiro dia no “ofício” de vender crack, maconha e cocaína. Foi convencido por um amigo com uma promessa irrecusável: se “trabalhasse” direitinho, dava para lucrar até 160 reais pó dia. Tem engenheiro que não ganha isso atualmente no país...

No Brasil dos tempos atuais menor trabalhar não pode. Traficar pode porque quando é detido no dia seguinte está de volta às ruas. No Brasil dos tempos atuais morador de rua não tem que dar sua paga com algum serviço comunitário para, em troca, comer, ter um local para tomar banho, para dormir. É tudo de graça. Tem muita coisa errada nesse país. E tem pouca gente realmente se preocupando com isso.

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