Pátria amada

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Pátria amada

“Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade”, disse dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, em missa solene no dia da padroeira.

Para refletir

A homilia de dom Orlando nos faz parar e pensar nos dias em que vivemos. O pátria armada, que ele disse, não é somente ao pé da letra. Nossa pátria não deve ser armada de ódio, de falta de amor, de individualismo, de maldade, e tantas outras ações que só prejudicam o outro. A fraternidade que ele citou é o caminho para uma pátria amada.

Mais violência

Ainda neste contexto, temos visto a violência contra a mulher aumentar. A cada dia os noticiários trazem mais casos de pessoas espancadas, agredidas física e psicologicamente e mortas. O caso do homem que passou a mão na ciclista e a derrubou mostra o quanto nosso país ainda é machista. A falta de respeito é absurda. Isso, infelizmente, ocorre todos os dias.

Inocente?

Esses dias um homem foi preso porque passou a mão no cabelo de uma mulher. O caso ocorreu na rodoviária de Limeira. Ela chamou os fiscais que acionaram a Guarda Civil. Ele foi levado para Delegacia da Mulher. Talvez, para ele passar a mão no cabelo da mulher foi um ato inocente, sem intenção, mas é uma agressão. Afinal, hoje vivemos num mundo em que alguns gestos podem se tornar algo muito pior. Se ela não tivesse tomado uma atitude, pode ser ele entenderia outra coisa. Devemos ficar atentas em tudo e em todos os lugares.

Onde vamos parar?

Nós mulheres estamos vulneráveis a esse tipo de atitude. Não podemos deixar esses casos se tornarem frequentes. Porém, ficamos, muitas vezes, de mãos atadas. Esses dias uma amiga quase foi atacada por um homem, aparentemente, sem qualquer suspeita. Ela conseguiu correr e tomara que ele não tenha feito uma vítima. O que ficou foi o susto, o trauma, o medo de sair na rua e a falta de punição. E ele continua circulando. É justo?

Voltando à reflexão

De novo, pátria amada e não pátria armada. Como ser uma pátria amada se vemos justamente atitudes contrárias ao amor e fraternidade? Acredito que se cada um fizer sua parte, podemos sim ter uma pátria amada. Mas para isso é preciso união. União para cobrar que leis sejam cumpridas, que pessoas sejam punidas e que haja mais respeito no mundo.

Mensagem final

Dom Orlando também incentivou uma pátria fundamentada e aliada com a essência da Fratelli Tutti: “Pátria amada em confraternidade com a Fratelli Tutti. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”.

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