Planos de saúde e alimentação influenciam inflação de março

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A inflação do país teve uma desaceleração em março, com um aumento de 0,16%, uma redução de 0,67 ponto percentual em relação a fevereiro, quando atingiu 0,83%. No acumulado do ano, a inflação está em 1,42%, enquanto nos últimos 12 meses os preços subiram 3,93%, em comparação com 0,71% em março de 2023. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE.

Embora seis dos nove grupos pesquisados tenham apresentado aumento de preço de fevereiro para março, houve uma desaceleração nos grupos que têm maior peso no IPCA. O aumento significativo dos preços da Educação em fevereiro, devido aos reajustes típicos do início do ano letivo, não se repetiu em março, contribuindo para essa desaceleração, como explicado pelo gerente da pesquisa, André Almeida. O grupo de Educação passou de uma alta de 4,98% para 0,14%.

Apesar disso, o grupamento de alimentação e bebidas foi o que registrou o maior impacto (0,11 p.p.) e a maior variação (0,53%), mas também em movimento de menor alta, abaixo da que havia sido registrada em fevereiro (0,95%). “Problemas relacionados às questões climáticas fizeram os preços dos alimentos, em geral, aumentarem nos últimos meses. Em março, os preços seguem subindo, mas com menos intensidade”, aponta o pesquisador.

A alimentação no domicílio desacelerou de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. Destacam-se as altas da cebola (14,34%), do tomate (9,85%), do ovo de galinha (4,59%), das frutas (3,75%) e do leite longa vida (2,63%). “O caso do ovo de galinha tem uma explicação própria: tratou-se de um período em que uma parcela da população faz a opção de não comer carne por questões religiosas, aumentando a demanda dessa proteína”, ressalta Almeida.

A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Já o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, mas a refeição (0,09%) teve uma alta menor que em fevereiro (0,67%).

O grupo Transportes inverteu o sinal e passou da alta de 0,72% em fevereiro para a queda de 0,33% em março. “Influência da passagem aérea, que já vinha de queda em fevereiro, e, , da gasolina, que havia apresentado o maior impacto individual no IPCA de fevereiro e teve uma alta menor em março”, justifica André Almeida.

O recuo nos preços da passagem aérea foi de 9,14%. Já a gasolina saiu de 2,93% para 0,21%. Entre os combustíveis (0,17%), além da gasolina, o etanol também teve alta, de 0,55%. Já gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços, enquanto o subitem táxi teve alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.

Em Habitação, a alta de 0,19% teve a energia elétrica como destaque, com preços 0,12% mais altos, influenciada por reajustes de 3,84%, a partir de 15 de março, e de 2,76%, a partir de 19 de março, aplicados nas duas concessionárias pesquisadas no Rio de Janeiro (1,18%). Já em taxa de água e esgoto, o aumento de 0,04% foi impactado pelo reajuste de 4,04% em Aracaju (4,04%), a partir de 1º de março. Por fim, no resultado do gás encanado (-0,05%), houve apropriação residual dos reajustes tarifários, com vigência a partir de 1º de fevereiro, no Rio de Janeiro (-0,09%), redução média de 1,30%; e em Curitiba (-0,15%), redução de 2,29%.

O grupo de Despesas pessoais acelerou de 0,05% para 0,33% na passagem de fevereiro para março, com influência do item Cinema, teatro e concertos, que teve alta de 5,14% e impacto de 0,02 p.p. no IPCA do mês. "Na última semana de fevereiro, após o carnaval, houve uma campanha para ingressos com valores promocionais para o cinema. Isso acabou impactando no índice daquele mês, ocorrendo, agora em março, uma devolução ao patamar regular", explica o pesquisador.


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