Contas de água mais caras voltam a provocar reclamações

Moradores de Limeira voltaram a reclamar do valor destoante de contas de água e esgoto, em serviço prestado e cobrado pela concessionária BRK Ambiental. Diversos casos foram relatados em rede social, citando casos de contas que chegaram a dobrar de um mês para o outro.

A Gazeta ouviu alguns consumidores, que relataram alta inexplicada de um mês para o outro, em alguns casos, como problema recorrente. Uma das pessoas ouvidas informou que, da primeira vez, checou se não havia vazamento na residência, que não foi constatado. Mesmo assim, a conta voltou a ser emitida mais cara, numa casa com dois moradores.

Em outro caso, uma pessoa que nunca usou mais do que o mínimo, com limite de 10m³, viu o consumo "aumentar" depois da troca do hidrômetro. De acordo com a moradora, a troca foi sem o seu conhecimento, tampouco consentimento, já que o relógio foi colocado recentemente para o lado de fora da casa. A adaptação foi necessária para residências antigas, nas quais o relógio ficava do portão para dentro, dificultando a leitura quando não havia ninguém em casa. A concessionária tem notificado para a adaptação, para a qual é cobrada uma taxa, além da compra da caixa padrão.

A cobrança é feita de acordo com faixas de consumo. Quem consome até 10m³ paga a tarifa mínima de R$ 42,40, mesmo que use a metade desse volume. O custo atual é de R$ 2,12 para cada m³ de água e novamente cobrado para cada m³ de esgoto. Ou seja, deve ser multiplicado por 20 (10 m³ de água somado a 10 m³ de esgoto), que resulta no valor da conta mínima. A faixa seguinte vai de 11 m³ a 15 m³, com custo de R$ 2,91 o m³. Considerando o consumo máximo nesta faixa, a conta será de R$ 87,30. A estrutura tarifária pode ser consultada no site da concessionária.  

No caso da moradora que teve o hidrômetro trocado, o consumo de novembro, com pagamento em dezembro, foi de 7 m². Já a leitura de dezembro com o vencimento em janeiro foi para 9 m³, considerando 8 m² da leitura atual e 1 m³ residual. Foi a primeira medição após a troca do hidrômetro. Na leitura de janeiro para fatura em fevereiro, foi deixado um aviso para checagem das instalações internas, já que o consumo medido foi de 13 m³, acima do mínimo e fora do padrão de consumo, cuja média anual é de 6 m³. A conta ainda não havia chegado.

Na residência, não foram identificados vazamentos internos, e o relógio só parava de girar quando o registro era fechado, o que a moradora começou a adotar, por precaução. No local, onde só mora uma pessoa, sem mudança no padrão de consumo, a alteração foi vista com desconfiança, coincidentemente após a troca do hidrômetro.

A BRK Ambiental foi questionada sobre as reclamações, se estas têm sido formalizadas à empresa, se houve aumento das queixas e como tem sido apuradas. A concessionária informou que "os clientes que notarem aumento de consumo apontado nas contas de água e esgoto podem procurar a concessionária para que seja feita a checagem. Vale ressaltar que é importante que se faça a comparação do consumo mensal não só com a conta do mês anterior, mas também com a fatura do mesmo período do ano anterior. Essa medida pode ajudar a verificar se o consumo é mesmo atípico ou se está dentro do padrão do período. Isso porque aumentos e reduções sazonais das contas podem ocorrer de acordo com o período do ano, se mais quentes ou mais frios e férias, em mudanças que podem afetar o volume de água consumida". A concessionária informa que o número de reclamações relativas ao assunto está menor do que o registrado no mesmo período do ano passado e que está disponível para atendimento nos seguintes canais: Loja de Atendimento (Rua Visconde do Rio Branco, 186, Centro), telefone 0800-771-0001 (ligação gratuita e atendimento 24 horas por dia), site www.brkambiental.com.br/limeira, e redes sociais.

Uma onda de reclamações similares foi alvo de uma comissão da Câmara Municipal em 2017. Ainda há procedimento aberto sobre as reclamações no Ministério Publico, que estão em apuração.