Após decreto, profissionais preveem mercado aquecido

Emerson Camargo pretende criar estande de tiro automatizado em Limeira

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Profissionais que atuam com cursos ou em manutenção de armas acreditam que a assinatura do decreto deve movimentar a economia, sobretudo pela expectativa de aumento na demanda de pessoas proprietárias de armas de fogo.

Émerson Camargo, que é proprietário da Escola de Vigilantes Monte Castelo, onde há um estande de tiros, informou que a procura é alta. “Médicos, advogados e empresários nos procuram para saber como é o processo para obtenção de armas. Há demanda e, com a assinatura do decreto, ela irá se concretizar”, informou.

O empresário já projeta a construção de um estande fechado de tiros. “Os terrenos foram adquiridos e a assinatura do decreto era aguardada para colocar o projeto em prática. Um dos requisitos para ter a posse é o curso de tiros e pretendemos abrir na cidade o primeiro estande ‘indoor’ automatizado”, completou.

Tarcísio Allegri é armeiro e instrutor de tiro. Sobre a expectativa de maior demanda, informou que é necessário aguardar, mas ela pode ocorrer. “Como armeiro, faço manutenção e limpeza de armas. Há uma boa demanda atualmente. Com a assinatura do decreto, no meu caso, ainda não há como afirmar que a demanda será maior porque trata-se de posse de arma, ou seja, a pessoa irá guardá-la em casa e, em tese, a arma não será usada. Consequentemente, não haverá a necessidade de manutenção, como ocorre com quem é policial ou pratica tiro por esporte. No entanto, com mais armas em circulação, pode ser que haja maior atendimento. Pode ocorrer mais procura, também, como instrutor de tiro. Para ter acesso a arma, é necessário que a pessoa passe por uma avaliação com um instrutor credenciado. Ela deverá efetuar 20 tiros, sendo dez numa distância a cinco metros do alvo e outros dez a sete metros. Também é necessária a avaliação escrita, onde há questões sobre, por exemplo, legislação. Durante o curso, o aluno aprende, entre outras coisas, postura, posição, locais de guarda e disparos”, detalhou.

O decreto alterou medidas que facilitam a posse de arma (tê-la em casa). Para o porte, as regras não foram alteradas. Marco Irsai é despachante e trabalha com documentação para obtenção de armas. Ele explicou que, para porte, também há demanda. “A procura é grande, mas não de agora. Para o porte de arma, não houve alteração. Atuo na solicitação de liberação para armas junto ao Exército e, principalmente, para esportistas. Nesse caso, quando um atirador vai para o clube de tiro, ele deve andar com uma documentação que permita o transporte da arma. Caso seja abordado, deve apresentar o documento e comprovar que vai para o destino informado. Se for para endereço diferente, é responsabilizado”, contou.

Número de armas tiradas de
circulação cai em Limeira

O número de armas tiras de circulação pelas forças policiais de Limeira (Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal) caiu em Limeira na comparação entre janeiro e novembro do ano passado com o mesmo período de 2017.

Em 2018, conforme a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), foram apreendidas 77 armas de fogo no município. No ano anterior, foram 110, sem considerar dezembro.

O número de flagrantes de porte de armas (quando a pessoa é abordada armada em vias públicas) também caiu no ano passado. De acordo com a pasta, foram 27 casos em 2018, contra 29 em 2017. (Denis Martins)

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