
Missão Impossível 8: nostalgia e atualidade
Por Farid Zaine
@farid.cultura
O título “O Acerto Final” antecipa um sentimento de despedida
para Tom Cruise na franquia “Missão: Impossível”. Mas como tudo é possível
nesta cinessérie derivada de um antigo seriado de televisão de enorme sucesso,
também não está descartada a presença do destemido Cruise numa nova empreitada
dentro da franquia. Ficou famoso o fato dele dispensar dublês mesmo nas cenas
mais perigosas, e isso acrescentou charme extra a cada novo filme, com a
plateia procurando descobrir os segredos da coragem do ator e de sua decantada
forma física, mesmo tendo passado dos 60.
“Missão Impossível - O Acerto Final” é um divertimento de
primeira. Tem um roteiro bastante intrincado, e é preciso muita atenção para
saber exatamente o que está acontecendo, ainda mais quando a história precisa
ser explicada com cenas e fatos de muitos filmes anteriores. A sinopse é fácil
de ser entendida, pois é a mesma de incontáveis longas que tratam das mais
diversas formas de mostrar a humanidade em iminente perigo de extinção, e o
surgimento de soluções praticamente mágicas para se chegar à sua salvação. O
imenso universo de fãs da franquia está plenamente consciente de que vai ver
peripécias cada vez mais mirabolantes de Ethan Hunt, o herói da série, e é isso
que mantém crescente o interesse a cada novo episódio.
Neste “Acerto Final” tudo se repete: ação vertiginosa, lutas
bem coreografadas, suspense contínuo, tudo com visual espetacular e efeitos
visuais impressionantes, com uma trilha sonora que realça a tensão, sem
dispensar o icônico tema criado por Lalo Schifrin. Há uma longa sequência
particularmente tensa, que é quando Ethan Hunt fica submerso buscando o código
de fonte da “Entidade” - uma
inteligência artificial que ameaça controlar armas nucleares e, num segundo,
devastar grande parte do planeta -, e aí , com a falta de diálogos, a música
ganha grande relevância, associada a efeitos sonoros.
Outra sequência de tirar o fôlego é a que coloca Ethan Hunt e
Gabriel (Esai Morales), esse “agente do caos”, que carrega uma pílula, espécie
de transmissor essencial, criada por
Luther (Ving Rhames), em um embate aéreo editado com absoluta maestria.
Quando se depara com a possibilidade de encerramento das
loucas aventuras de “Missão Impossível” – o que é pouco provável que aconteça -
, é inevitável a lembrança dos 8 episódios no cinema que tiveram início em
1996, e dos muitos episódios na TV estreados no longínquo ano de 1966.
O oitavo filme da franquia, este “Missão Impossível: O Acerto
Final” está profundamente conectado com os avanços tecnológicos dos nossos dias
atuais, enquanto que em 1966 algo como a Inteligência Artificial era pura
ficção. Unir essas duas pontas traz uma mistura de nostalgia com o espantoso avanço
da ciência da computação, que é o que vemos acontecendo hoje.
No Festival de Cannes 2025, que terminou ontem, 24 de maio,
Tom Cruise foi aplaudido por 5 minutos após a première mundial de “Missão
Impossível – O Acerto Final”, como reconhecimento ao talento e à determinação
do poderoso astro. Pelo visto, uma história que o cinema não deixará terminar,
por interesses óbvios.
Missão Impossível – O Acerto Final (EUA, 2025) – Direção de
Christopher McQuarrie, com Tom Cruise, Hailey Atwell, Esai Morales, Ving
Rhames, Angela Bassett e grande elenco – em cartaz nos cinemas.
Cotação: ****MUITO BOM
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