
Climatério e Menopausa: uma nova fase da vida da mulher
Queridos leitores, chegar aos 45, 50 anos é, para muitas mulheres, o início de uma nova fase. A maturidade chega e o corpo começa a dar sinais de mudanças. Entre essas mudanças, a chegada do climatério e, com ele, a menopausa, temas que ainda geram dúvidas, medos e até preconceitos.
Mas entender esse processo é o primeiro passo para viver essa fase com mais leveza, saúde e autoestima.
Doutor, o que é climatério?
O climatério é o período de transição entre a fase fértil e a não fértil da mulher. Pode começar por volta dos 40 anos e se estender até os 60. Durante esse período, os ovários vão diminuindo lentamente a produção de dois hormônios fundamentais para o corpo feminino: o estrogênio e progesterona. Essa redução hormonal traz uma série de mudanças no corpo e nas emoções. Entre os sintomas mais comuns estão: ondas de calor (os famosos "calorões"); suor excessivo, principalmente à noite; alterações do sono; como insônia ou sono leve; oscilações de humor; ansiedade; irritabilidade; diminuição da libido; ressecamento vaginal; dificuldade de concentração; lapsos de memória e menstruação irregular - até desaparecer totalmente.
Doutor, é a menopausa? Quando ocorre?
A menopausa é um marco dentro do climatério. Ela é o momento em que a mulher para de menstruar definitivamente. Isso só é confirmado quando a menstruação está ausente há 12 meses seguidos, sem outras causas aparentes. A idade média da menopausa no Brasil gira em torno dos 50 a 52 anos, mas pode variar, algumas mulheres entram mais cedo, outras mais tarde.
Com a queda do estrogênio, o organismo fica mais vulnerável a algumas doenças. Por isso, é fundamental que a mulher, ao chegar a essa fase, redobre sua atenção com a saúde preventiva. A massa óssea pode diminuir, favorecendo a osteoporose (ossos frágeis, com risco de fraturas). O risco cardiovascular aumenta, especialmente se a mulher já tem pressão alta, diabetes ou colesterol elevado. Pode haver acúmulo de gordura abdominal, maior risco de resistência à insulina e ganho de peso. Problemas urinários, como infecções e incontinência, tornam-se mais frequentes.
Doutor, existe tratamento para os sintomas do climatério?
Sim. E o mais importante: cada mulher é única e o tratamento deve ser individualizado. Em casos mais incômodos, pode-se indicar a terapia de reposição hormonal (TRH), sempre com orientação médica e após avaliação dos riscos e benefícios. Para quem não pode ou não quer fazer reposição, existem opções naturais e fitoterápicas, como isoflavonas, cimicífuga racemosa (planta usada para aliviar os fogachos), além de mudanças no estilo de vida. A atividade física regular é uma grande aliada, pois fortalece os ossos, melhora o humor, ajuda no sono e no controle do peso. A alimentação equilibrada (rica em cálcio, vitamina D, vegetais e proteínas) também faz diferença. Menopausa não é o fim, é um recomeço.
“O senhor fala isso porque não é mulher”.
Com certeza isso é um fato, mas é comum ouvir que a menopausa “envelhece", "acaba com a vida sexual", "descontrola as emoções". Mas essas ideias vêm de falta de informação. Com acompanhamento, carinho e autocuidado, a mulher pode viver o climatério e a menopausa com plenitude e saúde. Essa fase não é o fim da juventude, mas o início de uma maturidade rica em sabedoria e liberdade. Um novo ciclo em que a mulher já se conhece melhor, sabe o que quer, o que não quer e tem o direito de cuidar de si mesma com atenção e respeito. Se você está entrando nessa fase e sentindo mudanças no corpo ou no humor, não sofra em silêncio. Procure um profissional de saúde. O diálogo e o cuidado são os melhores aliados para atravessar o climatério com bem-estar.
Dicas para passar por essa fase:
Faça consultas de rotina com ginecologista, clínico ou geriatra. Essa fase merece acompanhamento atento.
Pratique atividades físicas, caminhadas, pilates, musculação ou dança ajudam no humor, sono, ossos e coração.
Cuide da alimentação. Priorize frutas, verduras, grãos integrais, proteínas e alimentos ricos em cálcio e vitamina.
Mantenha uma boa higiene do sono. Evite telas à noite, crie um ritual relaxante antes de dormir e mantenha horários regulares.
Hidrate-se bem. Beber água com frequência ajuda a evitar inchaços, irritabilidade e melhora o funcionamento do organismo.
Converse sobre seus sentimentos.
Fale com amigos, familiares ou terapeutas. O diálogo alivia tensões e traz acolhimento. Não negligencie a saúde emocional. Ansiedade, tristeza ou irritabilidade persistentes merecem atenção. Depressão não é "fraqueza" — é tratável.
Cuide da saúde íntima. Secura vaginal e dor nas relações têm tratamento. Não sofra em silêncio.
Evite o tabaco e modere o álcool. Esses hábitos aumentam os riscos cardiovasculares e ósseos durante o climatério.
Valorize-se. O corpo muda, mas você continua sendo você. Aceite essa nova fase com autoestima e amor-próprio.
Tenham todos uma boa semana.
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