Foto de capa da notícia

“Juntos “ e “A Hora do Mal”: a nova e boa safra do terror

Por Farid Zaine

@farid.cultura

farid.cultura@uol.com.br

JUNTOS (Together)

Ao ser anunciado como um exemplar do tão falado gênero “body horror”, após o sucesso de “A Substância”, é preciso ver “Juntos”, com certa cautela. O longa de Michael Shanks não entrega tudo o que promete, mas não deixa de ser um bom filme de terror, longe daqueles tradicionais de violência explícita e que querem pregar sustos na plateia o tempo todo. O “horror físico” proposto por Coralie Fargeat em “ A Substância” não tem limites, e vai atordoando o espectador sem concessões. Não por acaso, o longa de Fargeat fez história no Oscar, sendo indicado em 5 categorias e trazendo ao topo do sucesso a estrela Demi Moore, muito corajosa, diga-se. “Juntos” tem uma história interessante que une ficção científica, romance, mistério e um tipo de terror não muito original, mas envolvente. A história é a de um casal em crise, que se muda da cidade para uma casa perto de uma floresta, no interior; eles tem suas diferenças acentuadas pelo fracasso dele como músico profissional, e pelo sucesso dela em seu trabalho. O casal da vida real,  Dave Franco e Alison Brie,  interpreta Tim e Millie, as personagens da história. Um encontro deles com uma substância estranha, a descoberta de uma seita maligna e a proximidade com um vizinho para lá de estranho, são elementos que vão conduzindo o casal para o esperado terror físico, quando os corpos deles vão progressivamente se fundindo. Nesse aspecto o longa poderia ser mais contundente, e é a característica que  o distancia do corajoso “A Substância”. De qualquer modo, um terror bem acima da média. Merece uma ida ao cinema.

Juntos (Together, EUA, 2025) – Terror físico dirigido por Michael Shanks, com Dave Franco e Alison Brie. Em cartaz nos cinemas.

Cotação: ***BOM

A HORA DO MAL (Weapons)

No mesmo período de lançamento de “Juntos”, e da preparação para a estreia de “Invocação do Mal 4”,  chegou aos cinemas outro sucesso do gênero terror, mas com maior aceitação da crítica. Trata-se de “A Hora do Mal” (Weapons) , longa de Zach Cregger com Julia Garner e Josh Brolin.

A sinopse de “A Hora do Mal” já desperta muita curiosidade:  “A história é centrada no misterioso desaparecimento de 17 crianças de uma mesma turma, que fogem de suas casas na madrugada, deixando seus pais e a professora, Justine (Julia Garner), em busca de respostas e mergulhando em segredos sombrios”. Excelente ponto de partida para um roteiro que se propõe a manter o espectador em permanente e crescente estado de suspense e angústia. Cregger consegue isso e muito mais, pois “A Hora do Mal”, além do misterioso terror desenvolvido na trama, é tecnicamente irrepreensível. A apresentação das personagens, na forma de capítulos com seus nomes, mostra várias situações vistas de ângulos diferentes. Não é uma novidade, mas o recurso é muito bem explorado. Sim, há muitos sustos e violência explícita, mas o tratamento é dado de um modo a auxiliar e acentuar a evolução do clima de terror .

Não dá para falar muita coisa sobre “A Hora do Mal” sem dar spoiler e correr o risco de revelar seus mistérios tão bem construídos. Então o melhor é apenas recomendar que os fãs do gênero corram ao cinema, respirem antes de entrar na sala e tentem recobrar o fôlego após o final arrasador.

A HORA DO MAL (Weapons, EUA, 2025 ) – Direção de Zach Cregger , com Julia Garner e Josh Brolin – em cartaz nos cinemas.

Cotação: ****MUITO BOM

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login