
Oscar 2026: começa a corrida do Brasil rumo ao bi
Por Farid Zaine
@farid.cultura
farid.cultura@uol.com.br
Em boa fase de visibilidade no cenário internacional, o
cinema brasileiro vem colecionando prêmios importantes e conquistando cada vez
mais espaços e público. É inegável que o Oscar de Melhor Filme Internacional
dado a “Ainda Estou Aqui”, feito histórico para o cinema nacional, gerou
curiosidade em todo o mundo para as produções brasileiras. Também foi muito
relevante o Urso de Prata no Festival de Berlim para “O Último Azul”, além do
Prêmio do Júri Ecumênico e do Júri de Leitores do Berliner Mongerpost. O longa
de Gabriel Mascaro foi exibido na sexta-feira, 15 de agosto, no Festival de
Gramado. Mais relevante ainda foi a recepção para “O Agente Secreto”, de Kleber
Mendonça Filho, no Festival de Cannes em maio deste ano. O longa brasileiro
saiu com os prêmios de melhor direção para Mendonça Filho e melhor ator para
Wagner Moura, conquistas extraordinárias que já credenciaram o filme para ser
exibido em outros festivais importantes. Wagner Moura já entra na maioria das
apostas para chegar à indicação de Melhor Ator.
Com tanta presença no cenário internacional, o Brasil se
anima para tentar o Bi no Oscar. A relação de filmes credenciados deste ano
para concorrer a representante do Brasil está excelente. “Baby”, de Marcelo
Caetano, por exemplo, já recebeu muito reconhecimento, destacando-se prêmios em
Cannes, Huelva e Lima. É também o caso
de “Manas”, de Mariana Brennard, já com mais de 20 prêmios, “Kasa Branca”, de
Luciano Vidigal, também bastante premiado, assim como “Oeste Outra Vez”, de
Érico Rassi, vencedor em Gramado em 2024.
Outro que estreia nesta semana no circuito comercial é o novo
filme de Fernando Coimbra, “Os Enforcados”, já exibido em Toronto, e é do mesmo
diretor do aclamado “O Lobo Atrás da Porta”. “Malu”, de Pedro Freire, também
vem colecionando prêmios, incluindo dois no Cairo International Film Festival.
Presente na lista da Academia Brasileira de Cinema, está a aguardada adaptação do romance de Walter
Hugo Mãe, “O Filho de Mil Homens”, com Rodrigo Santoro. Isso tudo sem falar no
sucesso popular e de crítica de “Homem
com H”, de Esmir Filho, ótima cinebiografia de Ney Matogrosso com magnífica
atuação de Jesuíta Barbosa, e do documentário “Milton Bituca Nascimento” de
Flávia Morais que, se não for o escolhido do Brasil para a categoria de Melhor Filme Internacional, ainda
pode figurar entre os candidatos a Melhor Documentário de Longa Metragem.
O longa “Vitória”, com Fernanda Montenegro, que levou mais de
700 mil pessoas às salas de cinema, é mais um entre os que compõem a lista dos 16 pré-selecionados pela Academia
Brasileira de Cinema. O novo filme de Anna Muylaert, “A Melhor Mãe do Mundo”,
também está na lista, assim como “A Praia do Fim do Mundo”, de Petrus Cariry,
com Marcélia Cartaxo (a eterna Macabéa de “A Hora da Estrela”), “Retrato de um
Certo Oriente”, de Marcelo Gomes, e “Um Lobo Entre os Cisnes”, de Marcos
Schechtman e Helena Varvaki.
A seleção desses 16 filmes é uma significativa mostra da qualidade
do novo cinema brasileiro. Haverá uma peneirada que chegará a 6 finalistas
candidatos à vaga para representar o Brasil na categoria Melhor Filme
Internacional , do Oscar 2026. Disputa acirrada que, como tudo leva a crer,
ficará mesmo entre “O Agente Secreto”, pela repercussão dos prêmios
conquistados em Cannes, e “O Último Azul”, pelo sucesso no Festival de Berlim.
A conferir no dia 8 de setembro quais serão os 6 semifinalistas e, no dia 15 de
setembro, qual será o filme a representar o Brasil. Começou com tudo, e muito
bem, a corrida ao bi , após a espetacular vitória de “Ainda Estou Aqui” em
2025.
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