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Quando a Arena se Fez Templo: Frei Gilson e o Recorde de Fé em Barretos

Na noite do dia vinte e cinco de agosto último, a tradicional arena da 70ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos foi tomada não pela música sertaneja que a consagrou, mas por um canto de fé e solidariedade. Nessa segunda-feira histórica, o Frei Gilson, frade carmelita dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, transformou o espaço em um autêntico santuário ao ar livre, reunindo uma multidão nunca antes vista: cerca de sessenta mil pessoas, muito além das estimativas iniciais de quarenta mil fiéis. Uma noite marcada por louvores, pregações, orações coletivas e uma comunhão espiritual cujo eco ultrapassou os limites físicos da arena.

A entrada do evento transcendeu a dimensão religiosa e abraçou uma causa social: foi solidária, baseada na doação de um quilo de alimento não perecível - arroz, feijão, leite, entre outros - destinado às instituições assistenciais de Barretos. Além disso, algo notável: não houve venda de bebidas alcoólicas, reforçando a atmosfera de devoção, acolhimento e comprometimento cristão. A iniciativa não só celebrou a fé, mas promoveu a união e o cuidado com o próximo.

A história de Frei Gilson é profundamente inspiradora. Nascido em São Paulo, em dezessete de dezembro de 1986, Gilson da Silva Pupo Azevedo ingressou ainda jovem na fé: aos dezoito anos, entrou para a vida religiosa na Congregação dos Carmelitas Mensageiros do Espírito Santo, sendo ordenado sacerdote em sete de dezembro de 2013. Sua jornada pastoral ganhou um propósito singular ao engajar as redes sociais com sua missão evangelizadora. Como líder do ministério Som do Monte, Frei Gilson utiliza a música com canções como “Eu Te Levantarei”, “Eu Seguirei” e “Tu És o Centro” e as transmissões de oração para tocar os corações de milhões por todo o Brasil.

No período da pandemia, tornou-se amplamente conhecido por suas lives às quatro da manhã, convidando os fiéis a rezarem o terço juntos, em um gesto de fé compartilhada em plena madrugada, num verdadeiro sacrifício de amor.

Esses momentos de oração mobilizaram plateias impressionantes, alcançando centenas de milhares e, em alguns eventos, mais de um milhão de espectadores ao vivo. Assim, Frei Gilson consolidou seu papel como um dos principais fenômenos da renovação católica no Brasil.

A interação com o público foi um dos pontos altos da noite. Frei Gilson convidou os fiéis a colocarem as mãos nos ombros de desconhecidos para orar por eles, simbolizando união, acolhimento e a força da fé em ação coletiva. Pediu que os presentes registrassem momentos em família com seus celulares, abençoando cada família com seu olhar terno. Sua espontaneidade encantou, ao lembrar devotos das madrugadas de oração, pedindo que orassem uns pelos outros e compartilhando sorrisos e solidariedade.

O impacto espiritual foi profundo. A arena lotada converteu-se em um espaço vibrante de esperança, alegria e renovação. A Festa do Peão, voltada à cultura sertaneja, acolheu a fé cristã em sua essência mais pura. O show revelou que a fé católica é viva, bela e capaz de unir gerações, corações e sonhar juntos com um mundo mais fraterno.

É impossível não se emocionar ao imaginar o Parque do Peão iluminado por celulares erguidos, entoando cânticos e orando em uníssono. Ali, o desenho da fé encontrou seu refletor na história e na tradição cultural de Barretos. Os famigerados sessenta mil fiéis não foram apenas espectadores: foram atores de uma liturgia popular, uma celebração espontânea da Palavra viva, encarnada no canto, na oração e no gesto solidário.

Frei Gilson, com sua trajetória - do violão aos altares, das redes sociais às grandes arenas - é hoje símbolo de uma Igreja que sai ao encontro das pessoas, que se comunica, que acolhe, que renova. Sua missão evangelizadora está intrinsecamente ligada à beleza da fé católica: simples, profunda, comunitária. Ele nos mostra que louvor, oração e amor ao próximo podem transformar estádios, acender corações e transformar vidas.

Que essa noite em Barretos permaneça viva como testemunho daquilo que a fé bem vivida pode construir: união, esperança, alegria e um retrato fiel da missão de Cristo no mundo. Que cada música cantada, cada oração feita, cada alimento doado reflita o poder da graça - nos lembrando que, mesmo nos momentos mais inusitados, Deus fala, acolhe e encanta.

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