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Voluntária mantém tradição de bolo a São Cosme e Damião

O dia 26 de setembro é dedicado a São Cosme e Damião, santos que, segundo a tradição popular, protegem as crianças e são lembrados em diferentes celebrações no Brasil. Em Limeira, a data se tornou especial graças à voluntária Natividade Celina Assad, que há 50 anos prepara um grande bolo para ser distribuído às crianças da Paróquia Santa Luzia, que abrange as comunidades São Benedito e Nossa Senhora Aparecida.

 

A história dessa tradição começou de forma inesperada. Celina conta que, há meio século, viu uma moça acompanhada de uma criança chorando na rua. Ao se aproximar para entender a situação, ouviu que a criança queria comer um bolo de confeitaria, mas no pequeno comércio do bairro, conhecido como “vendinha”, não havia nada parecido. Naquele dia, Celina tinha em casa um bolo recheado e ofereceu um pedaço para a criança, que ficou feliz com o gesto simples. Foi a partir disso que sua sogra comentou: “Hoje é dia 26, você terá que fazer o bolo por sete anos em celebração a São Cosme e Damião”. Celina aceitou a ideia, mas foi além: decidiu manter a tradição por toda a vida, com o apoio da comunidade.

 

Ao longo dos anos, o bolo cresceu em tamanho e significado. No início, era uma receita pequena, feita apenas com o que havia disponível. Com o passar do tempo, vizinhos, amigos e voluntários se uniram para ajudar, seja doando ingredientes ou contribuindo em dinheiro. Graças a essa mobilização coletiva, a cada edição o bolo fica maior, e em 2024 a expectativa é que ele ultrapasse os 4 metros de comprimento.

 

A preparação e a entrega do bolo acontecem em frente à casa de Celina, no bairro ligado à Paróquia Santa Luzia. A celebração deste ano terá início às 16h30, quando o bolo será abençoado pelo padre Ricardo antes de ser distribuído. Além da partilha, haverá também uma homenagem póstuma com balões, lembrando familiares, amigos e voluntários que já faleceram, mas que, ao longo das décadas, contribuíram para manter viva a tradição.

 

Celina destaca que o gesto é mais do que oferecer um pedaço de bolo. Para ela, trata-se de preservar um ato de fé e carinho, que foi se fortalecendo com o envolvimento da comunidade e com o significado que a celebração tem para as crianças. Ela reconhece que a prática de celebrar São Cosme e Damião com a distribuição de doces e alimentos vem diminuindo ao longo dos anos, mas reforça que, enquanto tiver forças, continuará honrando a promessa feita há 50 anos.

 

Legenda: Tradição iniciada por Celina se mantém viva

Legenda: Bolo quilométrico celebrará santos protetores das crianças

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