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Inflação: 58% dos brasileiros compram menos alimentos

Mais da metade da população brasileira está comprando menos alimentos por causa da inflação. É o que revela uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada no domingo (13). Segundo o levantamento, 58% dos brasileiros afirmam que reduziram a compra de comida nos últimos meses. Entre os mais pobres, esse número é ainda maior: 67%.

 

Além da alimentação, o impacto da alta de preços também mudou outros hábitos de consumo. O estudo aponta que 8 em cada 10 entrevistados relataram alterações na rotina para conseguir lidar com o custo de vida mais alto. Entre as principais mudanças estão: sair menos para comer fora (61%), trocar a marca do café por uma mais barata (50%), economizar no consumo de água, luz e gás (50%), reduzir o consumo de bebidas alcoólicas (49%) e comprar menos medicamentos (36%).

 

A pesquisa ainda aponta que um quarto da população brasileira diz ter menos comida do que o suficiente em casa. Para 60%, a quantidade de alimentos é suficiente, enquanto 13% afirmam ter mais do que o necessário.

 

De acordo com o Datafolha, tecnicamente não houve variação em relação à última pesquisa com esse foco, feita em março de 2023. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, o que torna impossível afirmar que houve oscilação significativa desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Mesmo assim, 54% dos entrevistados atribuem “muita responsabilidade” ao atual governo pela alta dos preços dos alimentos. Outros 29% acreditam que o Planalto tem “um pouco de culpa” e 14% avaliam que a administração federal “não tem nenhuma responsabilidade”.

 

Legenda: Um quarto da população diz ter menos comida do que o suficiente em casa

 

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Inflação segue acima do teto da meta

 

A pressão sobre os preços também se reflete nos indicadores oficiais. A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 permaneceu em 5,65% pela terceira semana seguida. Está 1,15 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,66%. Considerando só as 51 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana passou de 5,48% para 5,59%.

A projeção para o IPCA de 2026 continuou em 4,50% - colada ao teto da meta -, pela terceira semana seguida. Um mês antes, estava em 4,48%. Considerando apenas as 50 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,42% para 4,50%. O Banco Central espera que o IPCA some 5,1% em 2025 e 3,7% em 2026, conforme a trajetória divulgada no último Relatório de Política Monetária (RPM).

 

A autarquia trabalha com o terceiro trimestre de 2026 como horizonte relevante, mas o período deve mudar para o quarto trimestre na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 6 e 7 de maio. O colegiado já aumentou a taxa Selic em 3,75 pontos porcentuais desde setembro, para 14,25%, incluindo uma rápida elevação de 3 pontos entre dezembro e março. Na ata da sua última reunião, do dia 19, o Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto porcentual.

A partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o BC perdeu o alvo.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela oitava semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 aumentou de 3,78% para 3,79%. Um mês antes, estava em 3,78%.

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