
Sorgo ganha espaço na agricultura de Limeira e região
Cultivo promete resultados positivos para os produtores locais
O cultivo de sorgo vem se destacando como mais uma opção de
fomento à agricultura local, em meio a uma variedade de culturas que já são
cultivadas na cidade. Em um cenário de clima seco e incertezas, o sorgo tem
mostrado resistência e prosperado, não só em Limeira, mas também em cidades
vizinhas como Cordeirópolis, Araras e Cosmópolis. A produção da cultura tem
aumentado consideravelmente, ganhando atenção dos agricultores que veem no
sorgo uma alternativa viável para a safrinha, especialmente em tempos de
estiagem.
Com a resistência natural ao calor e à seca, o sorgo se apresenta
como uma boa opção para os produtores, que enfrentam a falta de chuvas
constantes. Contudo, apesar dessa resistência, o cultivo não está imune aos
problemas climáticos. A cultura, embora adaptável, pode ser severamente
impactada pela escassez de água, o que pode comprometer sua produtividade. Mesmo
com o manejo de rotação de culturas e a adaptação das práticas agrícolas, as
intempéries climáticas ainda representam um risco considerável.
No interior paulista, a produção de sorgo tem mostrado um
crescimento constante. Estima-se que o estado de São Paulo deva alcançar mais
de 400 toneladas do grão em 2025. Sua capacidade de se adaptar ao calor tem
sido uma característica valorizada pelos produtores, que, mesmo com os riscos
da seca, seguem otimistas com o cultivo. Além disso, o sorgo possui um ciclo de
cultivo relativamente curto, o que o torna uma excelente opção para ser
inserido na janela de safra da soja, melhorando a rentabilidade da terra.
Em entrevista à Gazeta de Limeira, a engenheira agrônoma e
secretária de agronegócios e áreas rurais, Antonieta Polatto, explicou como o
sorgo tem se encaixado no calendário agrícola da região. “O sorgo é chamado
aqui de ‘safrinha’”, afirmou Antonieta. “Após a colheita da soja, os
agricultores entram com o plantio de sorgo, aproveitando a mesma área. Isso nos
permite fazer duas safras no mesmo espaço, com culturas diferentes. Essa
prática é um exemplo de manejo de rotação de cultura, que é benéfica tanto para
a terra quanto para os resultados dos produtores. ”
A engenheira também destacou que, em Limeira, a falta de irrigação
não impede o cultivo do sorgo, mas impõe desafios. “Sem um sistema de irrigação
por pivô, conseguimos fazer duas safras por ano, mas estamos sujeitos ao risco
da falta de chuvas. A safrinha, por exemplo, pode ser prejudicada pela falta de
umidade, que impacta no desenvolvimento da planta. ”, disse Antonieta. Em
cidades vizinhas, onde a irrigação está disponível, é possível realizar três
ciclos de safra, com soja, sorgo e até batata, o que permite um maior
aproveitamento da terra e aumenta a produtividade.
O sorgo, como alternativa à safrinha, também tem se destacado pela
valorização dos preços, em um cenário de mercado que tem visto a cultura como
uma boa opção de rentabilidade. A versatilidade do sorgo, que pode ser
utilizado tanto na alimentação animal quanto em diversos produtos industriais,
garante seu potencial para a diversificação da produção agrícola. Já o fato de
o sorgo ser resistente ao calor e à seca, características importantes diante
das mudanças climáticas, coloca a cultura como uma opção estratégica para o
futuro da agricultura no interior paulista. No entanto, o sucesso do cultivo
depende de um acompanhamento rigoroso das condições climáticas, e de
tecnologias que possam auxiliar na gestão hídrica e melhorar os resultados da produção.
Em Limeira, como em muitas cidades do interior de São Paulo, o
sorgo não é apenas uma cultura complementar, mas uma parte fundamental do
processo de inovação e adaptação do setor agrícola local. Para os produtores, a
presença do sorgo no campo representa um passo em direção a um futuro mais
resiliente e economicamente sustentável.
A produção local e nas cidades vizinhas é uma clara demonstração
de como, mesmo em tempos de adversidade climática, a inovação agrícola e a
adaptação ao meio podem resultar em uma expansão significativa da produção
local. Com o apoio de políticas públicas adequadas e o uso de tecnologias, o
sorgo tem tudo para se consolidar como uma cultura importante no cenário
agrícola regional.
Sua finalidade: Para os leitores, de maneira simples, esta é uma planta amplamente cultivada em regiões de clima quente e seco. Originário da África, o sorgo tem se destacado por sua resistência à seca e ao calor intenso. Ele é utilizado de diversas maneiras, sendo mais conhecido como fonte de alimentação animal, especialmente para ração de aves e gado. Além disso, o sorgo também é usado na produção de biocombustíveis, alimentos humanos como farinhas e cereais e até em indústrias para a fabricação de papel e outros produtos. Sua versatilidade e resistência tornam-no uma excelente opção para diversificação agrícola.
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