Limeira pode despontar como favorita à conquista de curso de Direito
A Gazeta de Limeira entrou em contato com a Unicamp, após a aprovação do Conselho Universitário (Consu) com 51 votos a favor para a proposta de abertura do processo de criação de uma faculdade e um curso de direito, que deve ser oferecido a partir de 2027. Com a decisão, a Reitoria instalará uma comissão de especialistas que fará o detalhamento de cada uma das propostas e o estabelecimento de etapas para cada processo.
Embora ainda não haja definição sobre o campus que abrigará a nova unidade — Campinas ou Limeira, documentos internos destacam que o município limeirense pode despontar como favorito. O argumento é que Campinas já concentra três cursos de Direito consolidados e reconhecidos nacionalmente (PUC-Campinas, Mackenzie e FACAMP), enquanto Limeira ampliaria a presença multicampi da Unicamp e supriria uma lacuna regional na área jurídica.
A discussão também ganhou força política. A Câmara Municipal de Limeira enviou à Reitoria uma moção de apoio à instalação da futura faculdade na cidade. Na mesma direção, a Congregação da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), localizada em Limeira, reforçou o posicionamento ao encaminhar às instâncias superiores da Universidade uma moção defendendo que o curso seja implantado no campus local.
De acordo com o reitor da Unicamp, professor Paulo Cesar Montagner, o curso de Direito terá a inovação como uma de suas principais características. O projeto pedagógico estabeleceu quatro pilares estruturantes: Direitos Humanos, Direito Ambiental, Propriedade Intelectual e Direito Internacional. “A Unicamp precisa participar dos debates nacionais nesta área, assim como faz em outras áreas do conhecimento”, justificou o reitor. “Confio muito em nossa capacidade institucional e tenho plena confiança de que estamos caminhando para uma coisa muito positiva”, acrescentou.
A pró-reitora de Graduação, professora Mônica Cotta, disse que a Universidade fez amplo trabalho de prospecção até a decisão de criar o curso. “Levantamos os cursos de Direito existentes na região e descobrimos eixos que não estavam contemplados por esses cursos”, explicou Cotta. “Estamos entrando em eixos nos quais os milhares de bacharéis (que estão sendo formados) não estão entrando. Estamos, portanto, oferecendo à sociedade um elemento que é raro”, acrescentou.
Segundo Cotta, a partir dos eixos temáticos, será realizado um mapeamento das atividades já desenvolvidas na Universidade, identificando grupos de pesquisa e iniciativas existentes que possam ser integrados à nova área, promovendo assim a interdisciplinaridade e o aproveitamento das competências institucionais consolidadas. “A Unicamp tem, por exemplo, um núcleo de Direitos Humanos amplamente consolidado”, lembrou.
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