
Cia. dos Náufragos encena o musical infantil em Limeira
Assinado pela premiada companhia teatral de Campinas, o musical “Destroca” é destaque neste domingo (18), às 11h e às 15h, no Teatro Nair Bello, em Limeira. A entrada é franca. O espetáculo faz um convite aos espectadores de todas as idades: mergulharem no universo plural dos games, dos desenhos animados e das histórias em quadrinhos para acompanhar as peripécias fantásticas de dois irmãos e uma iguana.
Contemplada pelo ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo), a partir do edital Expresso Direto – Fomento Direto a Projetos Culturais, um dos diferenciais da peça é a acessibilidade e a inclusão das diferentes plateias. Todas as apresentações do espetáculo contarão com audiodescrição e intérprete de Libras.
Sob a direção de Moacir Ferraz, os atores músicos Miguel Damha, Esteban Alvares, Gisele Nunes, Graziele Garbuio e Renan Villela conceberam o musical infantil de forma coletiva a partir da livre adaptação de uma obra literária: Troquei meu pai por dois peixinhos dourados (The Day I Swapped My Dad for Two Goldfish), do reconhecido escritor britânico Neil Gaiman.
"Todo o texto realizado é original, construído a partir de diversos mecanismos de improvisação dentro da sala de trabalho, resultando em uma dramaturgia que aponta para uma dinâmica ágil, com diálogos curtos e tiradas bem-humoradas que tentam despertar o fluxo criativo e fantástico da imaginação infantil", destaca o ator Miguel Damha, que também assina a dramaturgia original.
Em resumo, Destroca conta a saga de dois irmãos (um menino e uma menina), que, após trocarem o pai por uma iguana com um amigo, partem em uma busca fantástica para recuperar o extraviado genitor e evitar o castigo materno. Detalhe: tudo isso se passa antes da hora do jantar, o que aumenta ainda mais a aventura e as trapalhadas. "O humor é o motor do espetáculo. Acreditamos que aqui ele é o principal recurso não apenas para prender a atenção e entreter o espectador, mas para satirizarmos muitas das situações que exploramos na peça", avalia Miguel.
Para dar vida a essa trama bastante fantástica, a Cia. Dos Náufragos convoca à cena a estética oriunda da cultura pop dos games, das HQs e dos desenhos animados. Por isso, quem avisa amigo é: tudo na cena é hiperbolizado. "A criança mistura realidade e fantasia o tempo todo. Nosso desejo foi levar essa lógica para cima do palco e contar uma história que só é possível sob a ótica infantil, mas que também entretenha os adultos. E isso está presente em todas as partes: no trabalho de atuação, na execução da trilha, no cenário e na iluminação", conta o diretor Moacir Ferraz.
Vale também destacar que, durante a encenação, existe a constante interação do elenco com a projeção de animações. Ou seja, uma representação do que se passa nos aparelhos digitais, entre os quais celulares, videogames e tablets, usados pelas personagens ao longo dessa saga fantástica. "É uma espécie de interface pública dos displays, visto a importância da comunicação, principalmente para crianças, no virtual que se sobrepõe à vida real", pontua Miguel.
Para aguçar ainda mais a criatividade do espectador, a proposta cênica de Destroca possibilita aos atores revezarem na representação de diferentes personagens, na execução da trilha sonora ao vivo e no controle das projeções. "Acreditamos nesse poder que o ser humano tem de aceitar a convenção teatral. Para tanto, contamos com a versatilidade do elenco, que facilita a execução das múltiplas tarefas. Por sinal, a qualidade do elenco é um grande diferencial, pois acredito que a boa atuação é o pilar fundamental do acontecimento teatral", destaca o diretor.
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