
A rotina difícil de uma mãe que transformou dor em cuidado
Costureira, mas
com atuação em uma instituição filantrópica, Marleide Soares de Souza, 50 anos,
até pouco tempo sustentava a esperança que a filha Paula, de 26, voltasse a ser
aquela garota saudável como qualquer outra de sua idade, com quem convivia até
o início da adolescência. Mas o diagnóstico de esquizofrenia, uma enfermidade
que não tem cura e tida como transtorno mental crônico, afastou essa esperança.
A esquizofrenia
afeta a forma como a pessoa pensa, sente, age e se relaciona com o mundo.
Caracteriza-se por alterações no pensamento, percepção e comportamento,
incluindo delírios, alucinações e distúrbios do pensamento e comportamento.
Embora possa ser tratado com terapia e medicamentos, o transtorno alterou o
comportamento e até a aparência da jovem e transformou o convívio.
Há pelo menos 10
anos, os cuidados com sua integridade e de terceiros tornou-se rotina levando a
situações que dificultam até mesmo seu tratamento por parte de profissionais do
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que vão à sua casa uma vez por mês ou mais.
Como a manifestação da patologia só ocorreu após os 16 anos, ela pôde ser
alfabetizada e chegou a frequentar até o terceiro ano do colegial, sem contudo,
poder concluir.
Marleide lembra
que na infância a filha sempre foi tida como uma menina tímida, ficava nervosa
quando tinha que apresentar algum trabalho na escola, mas interagia bem com
colegas da escola. As crises começaram na adolescência e há pelo menos cinco
anos, ela tem se mantido fora da realidade. "Só quem convive sabe como
é", desabafa.
Ela relata
dificuldades de contar com um tratamento mais adequado por parte dos
profissionais de saúde, tendo por vezes que recorrer a advogados. Mas ela
sustenta que apesar das dificuldades, o amor de mãe prevalece e o cuidado com a
filha supera todas as limitações impostas à sua vida.
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