
Região concentra mais de 4 mil pessoas com TEA
Pela primeira vez na história, o Censo Demográfico do
IBGE trouxe dados detalhados sobre o número de pessoas diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. A pesquisa identificou 2,4
milhões de brasileiros com autismo, o que corresponde a 1,2% da população
nacional. Na região de Limeira, os dados
indicam que mais de 4 mil pessoas já receberam diagnóstico de autismo. Em
Limeira, a maior cidade da região, 1% da população foi diagnosticada com TEA.
Isso representa cerca de 2.918 pessoas, considerando os 291.869 moradores
registrados pelo IBGE em 2022.
Em Artur Nogueira, o percentual é um pouco maior, de
1,1%, o que significa aproximadamente 566 pessoas entre os 51.456 habitantes do
município. Em Cordeirópolis, o índice é de 1,3%, o maior da região, totalizando
cerca de 319 pessoas entre os 24.514 residentes. Já Iracemápolis tem a menor
taxa local: 0,6%, o equivalente a 132 pessoas entre seus 21.967 habitantes.
Engenheiro Coelho apresenta uma taxa de 0,9%, o que corresponde a 176 pessoas
entre 19.566 moradores.
Somando todas essas estimativas, a região conta com 4.111
pessoas com autismo, segundo os dados do IBGE. O Censo também atualizou as informações
sobre pessoas com deficiência. Em Limeira, 5,5% da população declarou ter algum
tipo de deficiência, o que representa 16.052 pessoas. Em Artur Nogueira, a taxa
é de 5,8%, ou 2.984 pessoas. Cordeirópolis apresentou 5,9%, o que equivale a
1.447 moradores com deficiência. Iracemápolis e Engenheiro Coelho têm índices
semelhantes, de 5,1%, o que representa, respectivamente, 1.120 e 998 pessoas.
No total, a região concentra 22.601 pessoas com algum tipo de deficiência.
No cenário nacional, os dados revelam que o diagnóstico
de autismo é mais frequente entre meninos e crianças. A maior prevalência foi
registrada no grupo de 5 a 9 anos de idade, com 2,6%. Meninos dessa faixa
etária apresentaram o maior percentual: 3,8%, enquanto entre as meninas, o
índice foi de 1,3%. Em números absolutos, são 1,4 milhão de homens e 1 milhão
de mulheres diagnosticados com TEA em todo o país. A taxa é maior entre os
brancos (1,3%) e menor entre indígenas (0,9%).
O levantamento mostrou também que a escolarização entre
pessoas com autismo é superior à média da população geral. Enquanto 24,3% da
população total estão estudando, entre os autistas esse índice sobe para 36,9%,
sendo de 44,2% entre os homens com autismo. Isso se explica pela concentração
de diagnósticos nas idades escolares, especialmente entre os 6 e 14 anos, que
somam 70,4% dos meninos autistas matriculados. Esse dado mostra, por um lado, a
importância da escola na detecção e no acompanhamento do TEA, mas também reforça
a necessidade de estrutura adequada, formação de profissionais e inclusão
efetiva no ambiente escolar.
O Sudeste brasileiro é a região com maior número de
pessoas diagnosticadas com TEA: pouco mais de 1 milhão. Em seguida aparecem o
Nordeste, com 633 mil; o Sul, com 348 mil; o Norte, com 202 mil; e o
Centro-Oeste, com 180 mil. A diferença percentual entre as regiões é pequena, o
que indica uma distribuição relativamente equilibrada no país — embora o acesso
ao diagnóstico e aos serviços especializados ainda seja muito desigual.
O Censo 2022 traz pela primeira vez informações sobre
autismo, investigado no questionário da amostra por meio de um quesito no qual
o informante declarava se os moradores do domicílio já tinham sido
diagnosticados com autismo por algum profissional de saúde. Os dados,
desagregados por sexo, cor ou raça, grupos de idade e escolarização da
população, são disponibilizados para Brasil, Grandes Regiões, Estados,
Municípios e outros recortes geográficos compostos a partir de Municípios. Os
resultados podem ser acessados no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, e Panorama do
Censo, no qual poderão ser visualizados, também, por meio de mapas
interativos.
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