
Luciene Farias: “Transformo a dor em arte e sigo com o coração”
Elis Monfardini/
Sonayô
Jornalista, radialista, escritora, poeta, fotógrafa e
produtora cultural. Luciene Farias é uma dessas figuras raras que vive e
respira a cultura em suas múltiplas formas. Seu trabalho, pautado pela
sensibilidade e pela escuta verdadeira, transita com leveza entre as palavras
escritas, faladas, mostradas em imagem ou sentidas em verso. Em entrevista à
Gazeta de Limeira, Luciene falou com profundidade e emoção sobre sua
trajetória, suas paixões e a importância de transformar experiências em arte.
"A cultura e a literatura sempre foram o fio condutor
de tudo que eu faço. É isso que me move. Cada linguagem me permite explorar
esse universo de uma maneira diferente", diz. Para ela, o jornalismo
investigativo é uma das áreas mais fascinantes. "Sou apaixonada por
descobrir histórias que pouca gente conhece, por dar voz a quem quase nunca é
ouvido, por ir atrás dos detalhes e revelar aquilo que estava escondido. Isso
me alimenta como pessoa e como profissional."
A poesia entra quando ela quer sentir mais do que explicar.
A fotografia, quando precisa mostrar o que não consegue colocar em palavras. O
rádio lhe trouxe intimidade com o público. "Me permitiu chegar mais perto
das pessoas, conversar com elas de forma direta, quase íntima. E a escrita,
bem, escrever sempre foi o meu jeito de existir no mundo."
A cultura, segundo ela, é mais do que uma área de atuação: é
uma forma de viver. "Eu sou arte em movimento. Vivo mergulhada na
literatura, nas histórias, nas expressões que nos conectam. Cada dia é um ato
criativo, seja escrevendo, fotografando, narrando ou apenas sentindo."
Diante de tantas mudanças no mundo da comunicação, Luciene
afirma que o maior desafio é acompanhar as transformações sem perder a
essência. "Mas também é a maior oportunidade: posso me adaptar, criar em
diferentes formatos e plataformas, e usar minha paixão para contar histórias de
forma única. Ser multifacetada hoje é uma grande vantagem."
Autora do livro-reportagem "Por Toda Minha Vida",
obra baseada em fatos reais, ela fala sobre o processo criativo com emoção:
"Foi uma verdadeira gestação. Senti todos os sintomas: ansiedade, medo,
amor, entrega. Não é a minha história, mas carrega muito de mim. Tratar da dor
do outro com respeito e responsabilidade é essencial. É preciso escutar com o
coração e escrever com verdade."
Ela também já participou de nove antologias poéticas e
considera esse formato essencial para a divulgação da poesia e para a conexão
entre autores. "A troca é mútua. Ler e narrar as poesias dos colegas é uma
experiência magnífica. Isso amplia nosso olhar e enriquece nossa escrita."
Em suas obras, Luciene busca tocar o leitor. "Quero
provocar reflexões, despertar emoções e mostrar que a arte tem o poder de
transformar e acolher. A literatura e a poesia são pontes entre passado,
presente e futuro. Elas preservam memórias, identidades, vozes. Eternizam
histórias."
Hoje, Luciene também está presente em plataformas digitais
como YouTube, Instagram e TikTok. Seu canal, chamado @mecontamais2024, é
dedicado à cultura, à arte e à beleza da vida. "Uso essas ferramentas para
compartilhar conhecimento, curiosidades, poesia, sensibilidade. Elas são
espaços de liberdade e conexão verdadeira com o público."
E mesmo fora da estrutura tradicional de emprego, Luciene
segue criando com força total. "Fui exonerada de um cargo, mas isso não
apagou minha paixão pela arte. Pelo contrário, reacendeu ainda mais meu desejo
de criar. Trabalhar como assessora do Teatro Vitória foi uma honra. Tenho um
carinho enorme por aquele lugar e por todos que o compõem. Quem sabe um dia eu
volte. Mas hoje, o canal no YouTube é meu palco, meu refúgio. Fazer o que se
ama, mesmo fora de uma estrutura formal, é libertador."
Ela deixa um conselho para quem sonha em transformar paixões
em projetos: "Acredite no seu projeto, siga com o coração e transforme a
dor em arte."
Com uma trajetória marcada por coragem, talento e dedicação,
Luciene Farias segue tocando corações, inspirando leitores e espectadores, e
mostrando que a cultura é, acima de tudo, um caminho de verdade.
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