Foto de capa da notícia

Quando ser pai é também ser parceiro de jornada

Ser pai é tarefa de entrega e grandeza. Em alguns casos, essa missão vem acompanhada de desafios que exigem ainda mais dedicação, força e superação. É assim para o técnico metrologista Reinaldo Pivo, pai de Gabriel, jovem de 20 anos portador da Síndrome de Williams e TDAH. Neste Dia dos Pais, a Gazeta conta a história de amor, perseverança e inclusão que une os dois.

 

Casado com Aline, Reinaldo é pai também de Júlia e Lorena. Ele lembra que a descoberta da síndrome de Gabriel veio cedo, aos dois anos de idade, e desde então a família se mobilizou para oferecer todo o suporte necessário. “Desde então eu e principalmente a mãe dele temos lutado para oferecer uma melhor condição para amenizar os efeitos da deficiência. Minha relação com o Gabriel é de bastante compreensão, carinho e sem deixar de lado as cobranças também”, conta.

 

O dia a dia com Gabriel, segundo o pai, é desafiador, mas repleto de afeto. “O Gabriel é bem carinhoso, amoroso, preocupado com familiares, entre outras qualidades”, diz Reinaldo, com orgulho. “Mas, por conta do TDAH, exige uma rotina estruturada e acompanhamento constante”, disse.

 

A educação sempre foi prioridade. Com o apoio do Colégio Tarsila do Amaral, Gabriel recebeu acompanhamento adequado e concluiu o ensino médio. O passo seguinte era a inserção no mercado de trabalho. “Após ele concluir o ensino médio, surgiu a necessidade de incluir ele no mercado de trabalho. Tivemos o apoio do pessoal da APAE de Limeira para fazer a preparação dele”, relembra.

 

A chance de realizar um sonho veio de forma inesperada. “Sempre que íamos nos mercados ele pedia para perguntar se estavam contratando. Num sábado, estivemos no Atacadão e, por ele insistir muito, acabei levando um currículo dele. Logo na semana seguinte, o RH entrou em contato e fomos até lá iniciar o processo seletivo”, relata.

 

Quando soube da contratação, Gabriel não conteve a felicidade. “Ele ficou super feliz, ainda mais porque havia colocado como objetivo começar a trabalhar no início de 2025”, disse. Os primeiros dias exigiram adaptação. Era um ambiente novo, com grande circulação de pessoas e responsabilidades inéditas para o jovem. “No início tivemos um pouco de dificuldade, mas contamos com bastante apoio e compreensão do pessoal do Atacadão — a Jô e a Bruna do RH, o Adriano, gerente de loja, e os líderes de setor Samuel e Rosângela”, agradece.

 

Reinaldo fez questão de acompanhar de perto a evolução do filho no trabalho. “No início fazíamos reuniões para avaliar o desempenho dele e sempre frisei a importância de obedecer os líderes, entender as responsabilidades de um trabalho e cumprir todas as exigências dos gestores. De vez em quando vou até o mercado e converso com a líder dele para alinharmos como ele está nas atividades”, disse.

 

Para o pai, a maior emoção é ver o esforço diário de Gabriel. “O que mais me emociona é saber que ele está se empenhando para entregar o melhor, apesar das barreiras e dificuldades pessoais”, conta.

 

No Dia dos Pais, Reinaldo deixa um recado para famílias que também convivem com a deficiência e buscam oportunidades para seus filhos. “Não desistam. A inclusão de PCD ainda está muito longe do que gostaríamos. Quando se fala em inclusão, as empresas buscam por PCDs auditivos e/ou físicos. Existem poucas oportunidades para os intelectuais. Apesar das leis de cotas, muitos empresários ignoram a contratação desses jovens”, finaliza.

 

Comentários

Compartilhe esta notícia

Faça login para participar dos comentários

Fazer Login