A possibilidade de Limeira contar com um aplicativo próprio para motoristas por aplicativo foi tema de uma reunião realizada na última quinta-feira (16), reunindo vereadores da Frente Parlamentar, secretários municipais e representantes da categoria. De acordo com a Prefeitura de Limeira, embora o município ainda não tenha estrutura tecnológica para desenvolver um sistema próprio, a proposta entrou em pauta como parte de uma revisão da legislação atual e de alternativas para melhorar o serviço prestado.

Em entrevista à Gazeta de Limeira, o 1º secretário da Associação Limeirense de Motoristas por Aplicativo (Alma), Wagner Rodrigues, destacou os principais desafios enfrentados pela categoria e defendeu medidas concretas para melhorar o dia a dia dos motoristas. “A Alma está buscando melhorias para o dia a dia dos motoristas. Precisamos de vagas de embarque e desembarque bem sinalizadas, fiscalização para evitar que outros veículos ocupem esses espaços, além de pontos de apoio e descontos em produtos e serviços que os motoristas utilizam”, afirmou Wagner.

Segundo ele, a segurança e a valorização dos profissionais são as maiores preocupações da categoria. Ainda que aplicativos como Uber e 99 garantam o pagamento das corridas, os valores recebidos pelos motoristas estão cada vez mais baixos. “Esses apps garantem o pagamento, mas pecam na valorização dos motoristas. Por isso, qualquer proposta de um aplicativo municipal precisa ser muito bem planejada, levando em conta a segurança de todos e a sustentabilidade do serviço”, pontuou.

Wagner reforçou que a Alma está em diálogo com a Secretaria de Mobilidade Urbana e vereadores, e que qualquer solução precisa ser construída com cautela. “Não podemos fazer nada no impulso. Se for criado um app municipal, ele tem que atender a todos e garantir segurança para passageiros e motoristas”, finalizou.

Debate
Durante o encontro, os secretários municipais reconheceram a complexidade do projeto. O titular da pasta de Mobilidade Urbana, Celso Gonçalves, afirmou que a cidade ainda enfrenta dificuldades para fiscalizar os motoristas, por falta de estrutura adequada. Ele defendeu melhorias no cadastramento dos condutores e a criação de pontos de apoio e descanso.

Já o secretário de Tecnologia, Roger Williams, citou o modelo URB Drive de Sorocaba como referência, um sistema operado por concessão pública. Segundo ele, uma possível terceirização do serviço seria mais viável para Limeira, que hoje não tem capacidade técnica para desenvolver o próprio aplicativo. Williams também sugeriu que futuras licitações incluam limites para a margem de lucro das empresas contratadas, de forma a beneficiar diretamente os motoristas.

Durante a reunião, representantes da Alma também apresentaram sugestões para garantir mais segurança tanto aos profissionais quanto aos passageiros. Uma das principais demandas é a criação de um sistema que registre e comprove os pagamentos das corridas. Hoje, segundo os motoristas, é difícil assegurar que o valor da corrida foi de fato recebido, especialmente em serviços que permitem pagamento em dinheiro.