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UBS Nova Suíça promove ação sobre saúde da população negra

A Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jd. Nova Suíça recebeu, na última quinta-feira (13), uma ação para marcar o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. A programação reuniu palestras sobre a saúde da população negra, além de atividades culturais abertas à comunidade. O evento contou com a presença da diretora do Departamento de Promoção da Igualdade Racial (DPIR), da Secretaria de Cultura, Ana Luísa Hebling, da integrante do Conselho de Saúde e do Comitê de Saúde da População Negra, Cassiane Cunha, e foi acompanhado por Mariana Valente, coordenadora da UBS, e Luana Floriano dos Santos, agente de saúde da unidade, que também integra o Comitê de Saúde da População Negra. A UBS Nova Suíça faz parte da Rede de Atenção Básica de Saúde da Prefeitura de Limeira.


A enfermeira e coordenadora do Centro de Atenção à Saúde da Mulher (Casm), Elizângela Aparecida Pereira Bueno, abriu a série de discussões com uma palestra sobre saúde da população negra. Ela destacou que, além da anemia falciforme — doença genética que altera o formato dos glóbulos vermelhos —, mulheres negras enfrentam maior prevalência de hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer de colo do útero. Segundo ela, essas condições estão diretamente relacionadas a barreiras de acesso, racismo estrutural e violências simbólicas ou institucionais, que se manifestam tanto no ambiente de trabalho quanto no atendimento médico, onde muitas vezes as queixas dessa população são desqualificadas.


Elizângela lembrou ainda que 54% das mulheres brasileiras são negras e que, apesar de representarem a maioria, esbarram em dificuldades para acessar serviços que atendam plenamente às suas necessidades, acumulando múltiplas jornadas entre trabalho, cuidados familiares e responsabilidades domésticas. Ela reforçou a importância do princípio da equidade no SUS como instrumento fundamental para garantir cuidado adequado e tratamentos eficazes.


O médico Murilo Henrique Tomazini, da própria UBS, aprofundou o debate abordando anemia falciforme, hipertensão e diabetes. Ele explicou que fatores genéticos, metabólicos, psicológicos e sociais tornam a população negra mais suscetível a essas doenças. Ressaltou ainda que alguns medicamentos, como a losartana, podem apresentar menor eficácia para esse grupo, exigindo do profissional de saúde uma avaliação mais ampla, que inclua hábitos de sono, alimentação e hidratação, entre outros aspectos.


A psicóloga Carla Vieira falou sobre saúde mental, destacando quadros de depressão e ansiedade, e apresentou os serviços oferecidos na unidade, como grupos terapêuticos, acolhimento e triagem para outros atendimentos em saúde.


A programação contou também com estande de moda afro, organizada por Jéssica Alves, confecção de tranças de cabelo, com Patrícia Cristina Jacintho, além da exposição de produtos de empreendedoras negras. Como forma de integração com a comunidade, houve distribuição de cachorro-quente e de algodão-doce.

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