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Cordeirópolis nasceu dos trilhos e do café

Antes de se tornar município, o território onde hoje está Cordeirópolis era formado por grandes propriedades rurais, ocupadas desde o início do século 19. A partir de 1817, o governo da Província de São Paulo iniciou a regularização das posses, dando origem a fazendas que se tornariam referência, como Ibicaba e a Sesmaria do Cascalho. As informações são do historiador Paulo César Tamiazo.

 

Inicialmente voltadas à cana-de-açúcar, essas propriedades passaram a investir no cultivo do café, que se tornaria, mais tarde, o principal produto de exportação do país. Mas com a produção crescendo, o transporte até os portos era um desafio — feito com tropas de burros em longas jornadas. Diante disso, fazendeiros da região se uniram e viabilizaram a construção da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

 

Em 1876, foi inaugurado o trecho Campinas–Rio Claro, com a abertura da Estação de Cordeiro, nome dado por conta da antiga Sesmaria do Cordeiro, que ocupava parte da área. A estação foi um marco decisivo: atraiu mais moradores, impulsionou o comércio e deu forma à povoação que viria a se transformar na cidade.

 

Outro capítulo ocorreu em 1884, com a criação do Núcleo Colonial de Cascalho pelo governo provincial. Implantado em terras adquiridas do fazendeiro Domingos José Nogueira Jaguaribe, o núcleo tinha como objetivo atrair imigrantes para suprir a falta de mão de obra nas lavouras de café, após o fim da escravidão. Este foi o primeiro núcleo colonial implantado pelo governo da Província de São Paulo.

 

A chegada dos imigrantes e de comerciantes impulsionou a movimentação na Estação de Cordeiro, que se tornava cada vez mais estratégica. Foi nesse contexto que o fazendeiro Manoel Barbosa Guimarães decidiu lotear parte de suas terras, dando origem, em torno de 1885, à Capela de Santo Antonio do Cordeiro — embrião do que viria a ser o núcleo urbano de Cordeirópolis.

 

Com o tempo, o comércio se expandiu e o cultivo de produtos agrícolas passou a coexistir com o atendimento à população crescente. O reconhecimento do distrito de paz foi formalizado pela Lei Estadual nº 645, de 7 de agosto de 1899. Já o nome atual foi adotado após plebiscito realizado em 1943. “Cordeiro” passou a ser “Cordeirópolis” por meio do Decreto-Lei Estadual nº 14.334, de 30 de novembro de 1944.

 

A emancipação como município veio alguns anos depois, com a Lei Estadual nº 233, de 24 de dezembro de 1948. Nesse período, um pequeno parque industrial voltado à produção de seda se instalava no município, dando início a um novo ciclo de crescimento. Com o passar das décadas, as indústrias de seda foram substituídas pela cerâmica, que se consolidou como a principal atividade econômica da cidade.

 

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