
Nove surtos atingem quase 500 pessoas na região
As Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) continuam sendo motivo de preocupação em todo o Estado de São Paulo e também na região de Piracicaba, que abrange municípios como Limeira, Cordeirópolis, Iracemápolis e Engenheiro Coelho.
Entre os agentes causadores dessas doenças estão bactérias como Salmonella spp., Shigella spp. e E. coli; toxinas como as produzidas pelo Bacillus cereus; vírus como hepatite A, rotavírus e norovírus; além de parasitos, como a Giardia lamblia. Esses microrganismos e substâncias podem provocar desde infecções gastrointestinais leves até quadros mais graves, que exigem atendimento médico.
Em 2024, o Estado de São Paulo registrou 193 surtos de DTHA, com 3.684 pessoas doentes. Somente neste ano de 2025, até o momento, já foram contabilizados 180 surtos e 2.251 casos notificados. A região de Piracicaba também aparece nos levantamentos: em 2024, foram registrados seis surtos, que atingiram 482 pessoas, sendo um deles em Limeira. Já em 2025, a região soma três surtos, com oito doentes.
Diante desses números, o Governo de São Paulo, por meio
da Secretaria de Estado da Saúde (SES), lançou o Painel de Monitoramento de
Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. A plataforma disponibiliza
informações em tempo real, permitindo acompanhar a evolução dos casos e
reforçando a transparência e o papel da vigilância epidemiológica.
As autoridades de saúde alertam para a necessidade de prevenção, especialmente em situações de enchentes. O contato com água e lama contaminadas deve ser evitado ao máximo. Caso seja inevitável, recomenda-se permanecer o menor tempo possível e utilizar botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos para proteger pés e mãos.
Após o recuo da água, a orientação é realizar a limpeza completa de ambientes, móveis, roupas e utensílios. Para a desinfecção, deve-se preparar uma solução com um copo (200 ml) de água sanitária a 2,5% diluído em 20 litros de água, aplicando-a nas superfícies e deixando secar naturalmente.
No caso de utensílios domésticos como panelas, pratos e copos, o ideal é lavá-los com água e sabão e, em seguida, mergulhá-los por pelo menos uma hora em solução feita com um copo (200 ml) de água sanitária diluído em quatro copos de água (800 ml).
Alimentos e medicamentos que tiveram contato com água ou lama de enchentes devem ser descartados, mesmo que estejam embalados. O mesmo vale para alimentos perecíveis que ficaram sem refrigeração. Os resíduos devem ser acondicionados em sacos plásticos resistentes e bem fechados, para evitar a presença de insetos e roedores.
Outro ponto importante é a atenção à qualidade da água. A recomendação é sempre utilizar água do sistema público de abastecimento. Em caso de desabastecimento, a orientação é filtrar a água e desinfetá-la com duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% por litro, deixando repousar por 30 minutos. Outra alternativa é ferver a água por três minutos.
O hipoclorito de sódio, distribuído gratuitamente em
unidades de saúde, também pode ser encontrado em supermercados e farmácias. Em
situações de enchentes mais graves, a Defesa Civil e a Vigilância Sanitária
reforçam a entrega à população. Além disso, os cuidados pessoais são
fundamentais: lavar sempre as mãos antes de preparar os alimentos e antes das
refeições é uma medida simples, mas eficaz para reduzir o risco de
contaminação.
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