O número de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) registradas em Limeira apresentou um aumento preocupante de 83% em apenas um ano. Os dados, fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde e compilados pelo Serviço Especializado em Moléstias Infectocontagiosas (Semil) até 21 de novembro, indicam uma elevação nos diagnósticos de HPV, herpes, gonorreia, hepatites virais e sífilis não especificada.

O crescimento dos casos é especialmente relevante quando analisado em comparação com anos anteriores. Em 2023, o município registrou 57 novos casos de todas as ISTs combinadas, número que caiu para 43 ao final de 2024. No entanto, apenas em 2025, os números voltaram a subir de forma expressiva, com destaque para as hepatites: foram 7 casos de hepatite B e 20 de hepatite C já contabilizados neste ano. O aumento acende um alerta para a necessidade de intensificação das ações de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.

A faixa etária mais atingida permanece sendo a de 16 a 39 anos, segundo o Semil. Especialistas explicam que essa predominância está diretamente relacionada à maior incidência de atividade sexual entre jovens e adultos jovens, aliada ao baixo uso consistente de preservativos e à dificuldade em manter acompanhamento médico regular. Este cenário evidencia a urgência de políticas de educação sexual mais efetivas, que promovam não apenas o conhecimento sobre prevenção, mas também o acesso facilitado aos serviços de saúde.

O crescimento das ISTs também é observado na região. Cordeirópolis registrou 21 novos casos, enquanto Engenheiro Coelho contabilizou 24. Iracemápolis, até o fechamento desta matéria, não havia enviado dados atualizados.

Apesar do aumento, a Secretaria Municipal de Saúde reforça que Limeira disponibiliza gratuitamente serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento de ISTs em unidades do SUS, incluindo Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Serviços de Assistência Especializada (SAEs) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs). Entre as estratégias oferecidas estão a profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) contra o HIV, distribuição de preservativos, vacinação contra hepatite B e HPV, além de campanhas de conscientização que visam reduzir a disseminação dessas infecções.

Em paralelo, dados positivos também surgem: uma pesquisa recente, divulgada pela Gazeta na semana anterior, apontou que o número de casos de HIV em Limeira caiu 50%. A redução indica que, embora as ISTs em geral estejam em crescimento, algumas medidas de prevenção e conscientização específicas têm apresentado resultados concretos, reforçando a importância de manter e ampliar o acesso a informações e serviços de saúde.