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Para Apeoesp é ‘inaceitável’ alunos abaixarem as calças em sala de aula

O vice-presidente estadual da Apeoesp, Fábio Moraes, se manifestou sobre o episódio envolvendo três alunos que abaixaram as calças durante a aula, na Escola Estadual Antônio Perches Lordello. Para Moraes é “inaceitável” que alunos se sintam à vontade para abaixar as calças. Ele ainda disse que o departamento jurídico do sindicato está acompanhando o caso e que deve conversar pessoalmente com a professora e com a diretora da escola. “Ela [Perches] é a minha escola. Devo falar com a diretora até para entender o que ocorreu, pois tenho certeza que foi um caso isolado”, alegou o vice-presidente estadual do sindicato.

A reportagem conseguiu contato com uma das alunas da escola. A adolescente alegou que não foi a primeira vez que os garotos abaixaram as calças e que, em outras oportunidades, chegaram a se tocar publicamente. A aula era de sociologia e os garotos, após a realização de uma avaliação, resolveram jogar truco dentro da sala. Para a aluna, a professora só foi saber do ocorrido, quando a foto viralizou nos grupos de WhatsApp dos estudantes. “Ela não teve culpa alguma! ela só ficou sabendo quando vieram questioná-la sobre o episódio”, relatou a garota que conversou com a reportagem.

A Apeoesp não conseguiu confirmar, mas a professora teria sido demitida depois do ocorrido. Em postagens feitas no Twitter, a profissional, de 27 anos, afirma que “é indignável um professor perder o contrato por culpa dos alunos. Então, tirar a roupa na sala de aula não dá nada para os alunos, mas o professor fica desempregado”, relatou a professora que dava aula de sociologia. Ela ainda comentou. "Como se a culpa fosse minha ter que cuidar de alunos que não tem um pingo de respeito pelo próximo. Agora, não posso mais explicar ou tirar dúvida durante a prova, por que não sei o que o colega está fazendo sentado na sua cadeira." A manifestação da professora teve várias respostas. Em uma delas, uma usuária da rede social comenta "escola imunda, só quer saber de nome limpo, na hora de fazer boletim pros três bonitos não pode, mas mandar a professora embora por causa de três palhaços, imaturos pode! Professor vai pra dar aula, não pra ficar de babá", relatou a jovem.

Para Moraes se, de fato, a professora foi desligada do serviço, o sindicato deve agir para proteger os interesses da moça. “Do mesmo jeito que eles colocaram ela para fora, a gente coloca para dentro”, relatou o vice- presidente. No entanto, para o professor, é necessário entender o contexto da situação como um todo. “A gente não sabe o que estava acontecendo, ou o que tinha acontecido antes com a professora. De repente, isso [episódio] foi a gota d’água para a escola”, frisou. A Gazeta tentou contato com a professora, mas não conseguiu retorno.

CONTRATO PRECÁRIO
Durante contato com a reportagem, o professor alegou estar na Assembléia Legislativa, na capital paulista. Ele negociava com deputados estaduais a aprovação de um projeto de lei que garante direitos a professores com “contratos precários”. O acordo não garante direito algum ao profissional. A professora era contratada nesta modalidade. “Se a professora é efetiva, isso [possível demissão] não aconteceria. Mas como o [contrato] dela é o precário, fica mais fácil fazer o desligamento”, alegou Moraes. O projeto de lei deve ser apreciado hoje pelos deputados estaduais e beneficiaria mais de 10 mil professores em todo o estado.

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