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Adolescentes que espalharam boatos de ataques são aprendidos

A Polícia Civil de Limeira, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), apreendeu, na quinta e na sexta-feira, três adolescentes, responsáveis por disseminar boatos de supostos ataques que ocorreriam em escolas de Limeira e Cordeirópolis. Conforme a Gazeta mostrou esta semana, a corporação estava investigando a identidade de adolescentes que estariam espalhando mensagens, causando temor em pais, alunos e funcionários de unidades escolares.

Se identificadas, as pessoas que distribuem este tipo de material podem responder por falso alarme. O artigo 41, da Lei de Contravenções Penais, responsabiliza quem “provoca falso alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou pratica qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”.

Sem dar muitos detalhes, Leonardo Burger, titular da especializada, alegou que já investigava a ação de jovens que, na maioria das vezes, tem a intenção apenas de “zoar” com a situação. “Os três [apreendidos] foram categóricos em dizer que só estavam ‘gozando’ com a cara das pessoas”, alegou o delegado. “No entanto, essa ‘gozação’ é séria e será punida por todos que identificarmos", frisou Burger.

Os dois primeiros casos ocorreram em Cordeirópolis, durante a quinta-feira. Um jovem escreveu na porta do banheiro masculino de uma escola que haveria ataque e o outro tirou foto e compartilhou por meio de mensagem. “Ficamos sabendo disso de manhã [da quinta] e trabalhamos para identificar os responsáveis. Durante a tarde, eles foram localizados, confirmaram o que fizeram e eu pedi a internação na Fundação Casa”, relatou. Os adolescentes foram apreendidos ainda na noite da quinta-feira.

Na manhã de ontem, a mesma situação ocorreu em Limeira, em um caso que já estava sendo acompanhado pelo DIG. “Hoje [ontem] cedo, pegamos o jovem e, da mesma forma, pedimos a internação, que foi concedida pelo Juizado da Infância e da Juventude, que trabalhou em conjunto com a Polícia Civil”, disse Burger.

O policial ainda faz uma reflexão sobre os efeitos destas apreensões na vida dos jovens, já que algumas profissões exigem que a pessoa não tenha passagem pela polícia. “Em alguns concursos, a pessoa não pode assumir um cargo, caso tenha algum histórico e, agora, estes adolescentes têm. Perder oportunidades futuras por causa de ‘zoação’ juvenil, acho que não vale a pena. Mas, cada um reflita o que quer fazer da sua própria vida.

Para o delegado, o trabalho da Polícia Civil, na elucidação de outros casos - a delegacia é responsável por crimes de autoria desconhecida - fica prejudicado, pois o clamor popular dos casos de ataques em escolas é grande. “Tenho diversos casos de roubos e homicídios para trabalhar e, de repente, temos de parar tudo para cuidar de ‘zoação’ de adolescentes”, relatou Burger.

Outro ponto relatado pelo titular da especializada é a responsabilidade dos pais. “O ato em si, é de responsabilidade do adolescente, mas respinga nos pais, pois eles são responsáveis legais do filho”, frisou. Ainda há casos semelhantes em investigação na especializada. “Que as apreensões destes adolescentes, sirvam de alerta para os adolescentes pararem com essa brincadeira. E dos pais para fiscalizarem melhor a vida dos filhos. A diretora, o professor não pode abrir a mochila dos filhos, mas os pais devem fazer isso em casa”, finalizou o delegado.

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