
Polícia Civil monitora boatos sobre ataques em escola
A Polícia Civil de Limeira afirmou à Gazeta, nesta terça-feira, que está monitorando a disseminação de boatos sobre ataques a escolas em Limeira. Em sua maioria, as mensagens são enviadas via aplicativo de celular. Se identificadas, as pessoas que distribuem este tipo de material podem responder por falso alarme. O artigo 41, da Lei de Contravenções Penais, responsabiliza quem “provoca falso alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou pratica qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto”. Para a polícia, os autores dos boatos, em sua maioria, são os próprios alunos que não querem frequentar as aulas ou pessoas que querem se aproveitar da situação. “Tem de tudo, inclusive aproveitadores que só querem aparecer em cima do medo dos outros”, relatou uma fonte da Polícia Civil à Gazeta. A reportagem tentou contato com o delegado seccional Antônio Luís Tuckmantel, mas não obteve resposta. Leonardo Burger, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), alegou que já há investigações em curso, mas relatou que qualquer outra informação pode atrapalhar no trabalho policial.
Desde o primeiro ataque que ocorreu em São Paulo, diariamente, dezenas de mensagens, principalmente em aplicativos de celular, causam pânico em pais e alunos sobre possíveis atentados. Ontem, no final da manhã, a reportagem acompanhou alguns pais procurando a Escola Municipal Professora Maria Aparecida Lucca Moore, no Jardim Aeroporto, por conta de áudios que foram enviados pelo aplicativo.
A reportagem teve acesso a algumas destas mensagens. Em uma delas, uma mulher grita que a escola havia sido atacada e, em outro, o pedido é para que os pais fossem à unidade buscar as crianças. No final, ela diz: “Senhor, vão matar as crianças, senhor!”. Duas viaturas da Polícia Militar foram destacadas para a unidade. Os policiais não quiseram falar, mas alegaram que conversaram com a diretora, que alegou que a situação no local estava tranquila.
Durante a presença das viaturas no local, pelo menos, mais três solicitações foram feitas pelo Copom para que o policiamento fizesse contato com escolas da cidade. Os acionamentos partiam das próprias diretoras, via telefone 190. A Gazeta tentou contato com oficiais da corporação em Limeira, mas não conseguiu retorno.
HISTÓRICO
Em agosto de 2015, um jovem, na época com 19 anos, morador do Residencial Vitório Lucato, gravou um áudio, onde ordenava um toque de recolher em diversas escolas limeirenses e na região. Com medo, limeirenses e moradores de diversas cidades mudaram suas rotinas. Alguns estudantes não foram às escolas e faculdades. Na oportunidade, um homem, de 38 anos, procurou a delegacia para registrar que a médica que lhe atenderia em um pronto socorro da cidade não foi trabalhar, pois estava com medo de ataques.
Depois de alguns dias de investigação, a Polícia Civil conseguiu chegar ao autor do áudio. Ele foi detido pelos investigadores Marcos, Luci, Pittia e Marcelo e confessou a ‘brincadeira’, mas alegou que mandou apenas para um grupo de amigos. O rapaz não tinha passagens pela polícia, não havia registro de investigações criminais dele e não era membro de facção criminosa, como ele se autointitulou no áudio. O rapaz foi levado à delegacia, acompanhado do pai e de um advogado, foi ouvido e liberado, mas respondeu processo por apologia ao crime e causar alarme falso.
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