
Golpe de compra de moto em Limeira: vítima perde R$ 3,7 mil em estelionato digital
Uma negociação aparentemente comum terminou em golpe na tarde do último sábado (12), em Limeira. A vítima, identificada como José Victor, acreditou estar adquirindo uma motocicleta anunciada no Facebook, mas acabou transferindo o dinheiro para golpistas.
Como funcionou o golpe
O esquema teve início com o anúncio da moto no Facebook, com foto e descrição reais do veículo. Segundo José, o contato ocorreu via WhatsApp com alguém que se apresentou como Olívio Comachena. Ele alegou que a moto estava com um parente no Jardim Santa Amália. Após alguns dias de negociação online, acertou o valor de R$ 3,7 mil.
No local combinado, José encontrou o suposto parente com a motocicleta e, confiante na aparência legítima da operação, fez duas transferências: R$ 400 via PicPay e R$ 3,3 mil via PIX, ambas para uma conta de titularidade de “Geovanna Vitoria Pereira Dos Santos”
Somente após a realização dos pagamentos, José percebeu que havia se tornado vítima de estelionato.
Da cópia do anúncio ao contato fraudulento
O verdadeiro dono da motocicleta confirmou que, de fato, havia anunciado o veículo por volta de R$ 5.500. Contatado pelo mesmo número de WhatsApp usado pelos golpistas, o verdadeiro vendedor percebeu que alguém havia clonado seu anúncio e estava usando o número do suposto comprador “Olívio” para enganar terceiros.
Ele relatou que, em conversa, o fraudador ofereceu R$ 6 mil pela moto “através de outro rapaz” e instruíra para não revelar o valor ao comprador – um ardil clássico para evitar levantar suspeitas.
Enquadramento jurídico
Especialistas destacam que o caso configura estelionato eletrônico, conforme o artigo 171 do Código Penal com as qualificadoras introduzidas pela Lei 14.155/2021: § 2º‑A (fraude eletrônica): pena de 4 a 8 anos de reclusão e multa, quando o crime usa informações fornecidas pela vítima ou terceiro via redes sociais, telefone ou WhatsApp
O valor total do golpe foi de R$ 3,7 mil, montante significativo que não se enquadra como “pequeno valor”. A pena prevista para a conduta qualificada pode chegar a cerca de 10 anos de reclusão, considerando possíveis agravantes .
Outras ocorrências similares
Golpes semelhantes têm se tornado cada vez mais comuns. Em fóruns online, vítimas relatam ter sido induzidas ao erro por meio de anúncios falsos em redes sociais e aplicativos de mensagens:
Recentemente, levantamento apontou um aumento expressivo de golpes eletrônicos no Brasil, com a frequência aproximada de um golpe a cada 16 segundos
Recomendações às vítimas
Autoridades orientam que qualquer suspeita de golpe seja imediatamente comunicada às autoridades:
- Registre boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Limeira, acompanhado de provas como prints de conversas, comprovantes de PIX, o anúncio original e informações sobre o número utilizado pelos golpistas.
- Formalize representação ao Ministério Público, pois o estelionato exige manifestação da vítima para prosseguir com a ação penal.
- Confira os dados do vendedor: antes de realizar qualquer transferência, sempre confirme se o WhatsApp pertence ao anunciante. Confiança excessiva em intermediários não autorizados pode ser armadilha.
- Este caso reforça a necessidade de cautela na era digital, principalmente em transações envolvendo redes sociais e aplicativos de mensagens. As autoridades alertam que, por trás de anúncios aparentemente legítimos, podem estar golpistas com práticas sofisticadas. Fique alerta, sempre verifique a procedência e registre denúncia ao menor indício de fraude.
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