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Memórias Vivas eterniza lembranças de limeirenses

“Naqueles  primeiros  anos,  eu  fazia  de  tudo  para  me  aproximar  da  Virgínia. Passei a enviar flores para ela. Todos os dias, comprava uma rosa em uma floricultura e pedia para um menino chamado Gilmar levar até ela. Ele nunca dizia quem enviava. Esse mistério durou cerca de dois anos.” A história de amor entre Artur e Virgínia começou em 1976. Hoje, quase 50 anos depois, o casal continua junto, feliz e orgulhoso de suas três filhas.

 

Esse é apenas um dos relatos reunidos no livro “Memórias Vivas”, resultado da oficina desenvolvida em parceria entre o Programa UniversIDADE, vinculado à Pró-reitoria de Extensão, Esporte e Cultura (ProEEC) da Unicamp, a Biblioteca da Faculdade de Tecnologia (FT) e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil). Ao todo, sete participantes das oficinas aceitaram transformar suas memórias em livro, registrando lembranças marcadas por afeto e transformações. A bibliotecária Mariana Xavier, idealizadora do projeto, contou com a parceria dos psicólogos Érica Estevam e José Eduardo Gama Noronha para conduzir a ação. 

 

A obra está disponível no Portal de Livros de Acesso Aberto do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) e pode ser acessada gratuitamente em formato digital neste link: https://econtents.bc.unicamp.br/omp/index.php/ebooks/catalog/book/180

 

A partir da memória oral, os participantes puderam compartilhar experiências pessoais e familiares que resultaram na publicação. “As histórias já eram, por si só, uma experiência transformadora. Mas quando passaram para o papel, tornaram-se também um registro histórico e afetivo”, destacou Mariana.

 

Segundo Érica, o processo de compartilhar memórias trouxe benefícios emocionais e sociais importantes aos participantes. “Ao revisitar lembranças pessoais e transformá-las em palavras, muitos puderam dar novos significados às próprias experiências e registrá-las de forma duradoura”, explicou. 

 

Mariana reforça que o projeto revela de que maneira as narrativas pessoais dialogam com a história coletiva. “Inicialmente, o foco era explorar histórias de Limeira, mas acabou virando um retrato do nosso país. As narrativas atravessaram não só a história individual, mas também momentos marcantes da memória nacional e mundial. Foi emocionante ver como as lembranças pessoais se conectavam a grandes acontecimentos históricos.”

 

O psicólogo José Eduardo complementa destacando o valor coletivo da obra. “O livro não é apenas um registro de memórias individuais, mas um documento que guarda experiências, afetos e saberes. Ele mostra como a história de vida de cada pessoa pode dialogar com a memória coletiva de uma comunidade.”

 

Com o sucesso da primeira edição, os organizadores já planejam novas oficinas para ampliar o alcance das memórias e dar voz a outras histórias de vida. No dia 2 de setembro, começa a segunda turma da oficina, que desta vez terá como foco a memória da cultura popular. A expectativa é que o próximo livro seja publicado no ano que vem e mantenha a mesma proposta do primeiro.

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