Queridos leitores, a hipertensão arterial, popularmente conhecida como “pressão alta”, é uma das doenças mais comuns. Ela atinge cerca de 1 em cada 3 brasileiros adultos, segundo o Ministério da Saúde, e é responsável por milhares de mortes todos os anos. O perigo está no silêncio: muitas vezes, o paciente não sente absolutamente nada, mas por dentro, seus vasos, coração, rins e cérebro estão sendo agredidos. 

“O que é hipertensão, Doutor?”

Hipertensão é a elevação persistente da pressão arterial, ou seja, a força com que o sangue circula pelas artérias. Quando essa pressão está constantemente acima de 140/90 mmHg (ou “14 por 9”, como se diz popularmente), ela já é considerada hipertensão. A longo prazo, essa condição pode causar infartos, AVCs, insuficiência renal, declinei cognitivo e até cegueira. 

“E quais os fatores de risco, Doutor?”

A hipertensão tem causas multifatoriais. Está ligada à genética, mas também ao estilo de vida. Sedentarismo, alimentação rica em sal e ultraprocessados, obesidade, tabagismo, estresse crônico e consumo excessivo de álcool são fatores que aumentam significativamente o risco. A idade também conta: a partir dos 50 anos, a incidência aumenta bastante, tornando-se uma preocupação ainda maior entre os idosos. 

“Como eu posso prevenir, Doutor?”

A boa notícia é que grande parte dos casos pode ser prevenida com atitudes simples:

Alimentação balanceada: Reduzir o sal, aumentar o consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais. Evitar frituras, embutidos e alimentos ultraprocessados.

Atividade física regular: Caminhadas, natação, dança ou qualquer exercício por pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

Controle do peso: A perda de 5% a 10% do peso corporal já reduz consideravelmente a pressão arterial. 

Parar de fumar e moderação no álcool. 

Redução do estresse: Dormir bem, praticar meditação, conviver com pessoas queridas. O emocional também pesa na balança da saúde. 

“Como é feito o diagnóstico e tratamento, Doutor?”

A única maneira de saber se você tem pressão alta é medindo regularmente a pressão arterial. O diagnóstico é feito com base em várias medições em dias diferentes. Uma vez detectada, a hipertensão deve ser tratada com responsabilidade. Em muitos casos, mudanças no estilo de vida já bastam. Em outros, é necessário o uso contínuo de medicamentos, sempre sob orientação médica. O tratamento é individualizado: o que funciona para um paciente pode não ser adequado para outro. 

Ter hipertensão não é uma sentença de morte. Pelo contrário: com o tratamento correto, a pessoa pode levar uma vida completamente normal. Mas é essencial entender que a pressão alta exige vigilância. Não se trata de um problema que “cura” com o tempo, mas que se controla. Cuidar da pressão é cuidar do coração, do cérebro, dos rins e da vida. A hipertensão pode até ser silenciosa, mas nossa atitude diante dela deve ser clara e firme. Tenham todos uma boa semana!