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Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

Por Farid Zaine

@farid.cultura

farid.cultura@uol.com.br

 

Há pelo menos um acerto inquestionável em “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, que  é o seu elenco. Começo falando dessas escolhas apropriadas, que estão sendo bem avaliadas pela crítica. O onipresente Pedro Pascal, ator de origem chilena que agora está em alta em Hollywood, cai como uma luva para o papel de Reed Richards, o Sr. Fantástico. Pascal é daqueles atores que fala e você acredita. No longa, tanto como o Sr. Fantástico quanto como o cientista Reed Richards, ele passa credibilidade, como na cena em que coloca uma equação na lousa e, mesmo que ninguém entenda nada, todos acreditam que ele está com a razão. Esse “Quarteto Fantástico” 2025 começa com uma notícia que nada tem a ver com feitos heroicos, grandes salvamentos, batalhas suntuosas: é apenas a revelação de que a mulher de Reed, Sue Storm (Mulher Invisível)  está grávida, e isso gera uma celebração na família, que inclui o Coisa (Ebon Moss-Bachrach) e Johnny Storm (Joseph Quinn). Todos estão muito bem em seus papéis. E vale mencionar Julia Garner, a surfista prateada, e Ralph Ineson, como Galactus, o Devorador de Mundos.

Muitas críticas tem sido direcionadas ao roteiro , incluindo a do crítico da Folha, Thales de Menezes, que não gostou nada desse blockbuster da Marvel e deu apenas uma estrela a ele, a mais baixa cotação. Não concordo com tudo o que Menezes escreveu, mas ele tem razão em muitas de suas observações.

“Quarteto Fantástico: Primeiros Passos” não é excepcional , mas é um bom divertimento, com muitas qualidades. Se os primeiros filmes desses super-heróis realmente deixaram a desejar, aqui algumas novidades funcionam. Precisa haver no roteiro o que se espera de um filme do gênero, isto é, super-heróis que vão usar seus poderes para defender o planeta contra monstros, invasores, vilões megalomaníacos. Isso de fato existe em “Quarteto Fantástico: Primeiros Passos”, mas um componente diferente surge e causa efeito: agora o conceito de família aparece com força , e o assunto é tratado pelos personagens durante toda a história. Galactus, o Devorador de Mundos, vê no filho de Reed e Sue a chance de ouro para saciar sua fome e ter um sucessor; quando a Surfista Prateada, arauto dele, avisa que ele está pronto para a atacar, a família fica sabendo que o bebê será uma moeda de troca: se ele for entregue ao grandalhão, não haverá destruição no mundo. Mas a reação da família é, obviamente, a de negativa para tal proposta, mesmo que a população fique enfurecida. Num momento importante da história, Sue discursa para uma multidão, defendendo a união entre os seus e pregando sobre a necessidade de que cada família permaneça unida, e com a promessa de que o Quarteto seguirá fazendo todo o possível para a defesa de todos. Funciona.

Os efeitos especiais, tão esperados em filmes do gênero, não decepcionam, e há uma bela direção de arte . A potente música de Michael Giachino também contribui para sustentar os momentos de tensão e emoção. A figura de Galactus é bem interessante, uma espécie de mistura de King Kong com Transformers...

O mais famoso quarteto dos quadrinhos tem neste longa de Mark Shakman um filme que não só realça os seus poderes, sem exageros, como valoriza os laços familiares e os sentimentos mais humanos. Resta saber como vai ser o crescimento de Francklin Richards , que após os créditos finais aparece com 4 anos. Adulto, será um dos Vingadores.

Ainda sobre o elenco, vale reconhecer as qualidades de Pedro Pascal e revisitar sua já enorme filmografia, tanto em séries como “The Last of Us” como em blockbusters como “Gladiador II”. E vale muito conferir a versatilidade de Vanessa Kirby , que tanto pode ser a Mulher Invisível de um filme de super-heróis, como dar vida exuberante à Imperatriz Josefina, no longa “Napoleão”, de Ridley Scott. Por enquanto vejamos como o casal Dr. Fantástico e sua Mulher Invisível vão dar conta de receber e criar o herdeiro Francklin.

QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS (EUA, 2025)– Longa de Mark Shakman, com Pedro Pascal, Vanessa Kirby e grande elenco. Em cartaz nos cinemas.

Cotação; ***BOM

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