A produção musical de Limeira ganha mais um registro autoral com o lançamento da música “Sexta-feira 13”, parceria entre os artistas locais Joanna Krum e Sonayô. A faixa chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira, dia 13, e propõe uma leitura musical sobre os dias em que tudo parece dar errado. Com batida pop e letra direta, a composição fala sobre rotina carregada, contratempos e esgotamento emocional.

A canção traz um panorama urbano, situando a narrativa em uma sexta-feira marcada por imprevistos e frustrações. O título, alusão à data associada ao azar, serve como ponto de partida para uma reflexão mais ampla sobre os períodos em que a rotina pesa. A estrutura musical, com sintetizadores e batidas bem marcadas, acompanha a progressão da letra, que começa em tom desanimado e caminha em direção à superação.

Joanna Krum, drag queen e performer limeirense, interpreta a faixa com intensidade. Conhecida por sua atuação em eventos culturais e pelo engajamento em pautas LGBTQIAP+, ela explica que a música representa experiências comuns. “É uma música sobre quando o dia escapa do nosso controle. Todo mundo passa por isso, e acho importante cantar sobre isso também”, diz.

Sonayô, que divide a autoria da composição e também participa da gravação, reforça o tom de identificação com o público. “Não é sobre má sorte no sentido místico, mas sobre situações que acumulam. A música nasce disso, de observar os dias difíceis e transformar em som”, explica o cantor e compositor.

“Sexta-feira 13” deve compor futuros projetos dos dois artistas, que atuam de forma independente e colaborativa. A gravação, segundo eles, foi feita com recursos próprios e apoio de produtores locais. A iniciativa é mais um exemplo de como a produção musical fora dos grandes centros segue ativa e conectada com temas contemporâneos.

A música é o segundo trabalho em parceria entre Joanna e Sonayô. Ambos seguem com projetos paralelos, mas têm intensificado a colaboração em composições e apresentações. O lançamento também é acompanhado por um videoclipe simples, gravado em Limeira, com cenas que retratam deslocamentos urbanos e expressões de cansaço.

Apesar do nome e da carga simbólica que acompanha a sexta-feira 13, os artistas destacam que a intenção não é alimentar o imaginário negativo da data, mas usá-lo como linguagem acessível para tratar de questões emocionais cotidianas. “É sobre resistir, mesmo nos dias ruins. Às vezes, só de conseguir seguir, já é muita coisa”, conclui Joanna.