Limeira tem resgatado suas raízes mais antigas ao investir, novamente, em uma cultura que fez parte da sua formação: o café. Desde os primeiros pés plantados pelo Senador Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, em 1828, até os projetos modernos com cultivares irrigadas, a cafeicultura segue presente no município e ganha novo fôlego como atividade econômica rural.

No século 19, grandes fazendas na região que hoje pertence a Cordeirópolis, então um distrito limeirense, prosperaram com o cultivo do grão. A experiência pioneira de Vergueiro, com seis mil pés de café, foi um marco que impulsionou a expansão cafeeira em todo o estado de São Paulo. Hoje, embora em menor escala, a produção de café ainda resiste e se renova em propriedades como a tradicional Fazenda do Quilombo, um dos poucos remanescentes da época dos barões do café.

Segundo dados do setor agrícola municipal, Limeira está entre os 41 municípios paulistas, de um total de 645 com hectares dedicados à produção de café arábica, espécie que exige clima e altitude ideais para alcançar alta qualidade. Aqui na cidade, maior parte dos cafezais locais está situada em terrenos a cerca de 580 metros de altitude, o que favorece as características sensoriais do grão.

A engenheira agrônoma e atual secretária de Agronegócios e Áreas Rurais de Limeira, Antonieta Polatto, destaca a importância da atividade e os investimentos recentes. “Hoje, temos cerca de 20 hectares destinados ao café em Limeira. Um dos projetos mais recentes trabalha com as variedades arara amarelo e catuaí vermelho, ambas irrigadas e com excelente adaptação ao nosso solo. Essa pluralidade tem permitido que pequenos e médios produtores apostem em nichos de mercado como o café especial, agregando valor à produção com foco em qualidade e rastreabilidade”, explica.

Em tempos de busca por sustentabilidade e valorização de produtos artesanais, o café limeirense desponta como uma alternativa promissora, unindo tradição, tecnologia e o sabor que só a terra do interior pode oferecer.