
Senado pode votar aumento do número de deputados
O Senado Federal pode votar na próxima quarta-feira, 18,
o projeto que aumenta de 513 para 531 o número de parlamentares da Câmara dos
Deputados. O projeto já foi aprovado na Casa no dia 6 de maio e, caso se torne
lei, passará a valer a partir das eleições de 2026.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirma que o aumento do
número de deputados não deve aumentar os gastos públicos."Não terá aumento
de despesa em lugar nenhum, vai usar do próprio orçamento da Câmara dos
Deputados. É apenas o cumprimento de uma decisão do Supremo, uma decisão
judicial, e a nossa opinião no Senado é que nós temos que deliberar até o dia
30 de junho", afirmou.
Em maio deste ano, após a aprovação do projeto na Câmara, foi divulgado um
levantamento mostrando que o projeto abre margem para criação de 30 novas vagas
de deputados estaduais, que podem custar mais de R$ 76 milhões por ano para os
Estados - somado ao gasto extra de R$ 64,8 milhões já
divulgado pela Câmara, o impacto total da proposta ultrapassa os R$ 140 milhões
anuais.
O projeto é uma resposta da Câmara ao Supremo Tribunal Federal (STF), que
determinou a revisão da distribuição do número de deputados, de acordo com a
atual população de cada Estado pelo Censo de 2022.
A discussão partiu de uma ação do governo do Pará, que argumenta que a
distribuição dos 513 deputados federais foi estabelecida em 1993 e que, desde
2010, tem direito a mais quatro parlamentares. O STF, então, estabeleceu um
prazo de até 30 de junho deste ano para que o Congresso dê uma solução à
questão.
Segundo o parecer, a distribuição das vagas deverá ter como base os dados
oficiais do censo demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), com submissão dos dados ao Tribunal de Contas da União
(TCU). Para cumprir a ordem do STF sem reduzir a representação de Estados que
perderam população, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB),
propôs a criação de novas vagas.
O projeto aprovado pela Câmara cria 18 cadeiras, distribuídas por nove Estados:
Santa Catarina (+4), Pará (+4), Amazonas (+2), Mato Grosso (+2), Rio Grande do
Norte (+2), Ceará (+1), Goiás (+1), Minas Gerais (+1) e Paraná (+1). Todos
esses Estados também terão aumento no número de deputados estaduais.
Isso ocorre porque a Constituição Federal estabelece que o número de deputados
estaduais em cada Assembleia é calculado com base na bancada federal do Estado
correspondente. Pela regra geral, cada deputado federal equivale a três estaduais.
Mas, se a bancada tiver mais de 12 representantes, a conta muda: a partir do
13.º, cada novo deputado federal acrescenta apenas um deputado estadual, e não
mais três.Com isso, Rio Grande do Norte, Amazonas e Mato Grosso ganharão seis
deputados estaduais cada; Santa Catarina e Pará, quatro; e Minas Gerais,
Paraná, Ceará, Goiás, um.
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