
PM realiza tradicional desfile da Revolução Constitucionalista de 1932
Cerimônia homenageia homens e mulheres que lutaram por uma nova constituição no país durante o governo provisório de Getúlio Vargas
Tradição no calendário paulista, o desfile cívico-militar que homenageia os combatentes da Revolução Constitucionalista de 1932 foi realizado na manhã desta quarta-feira (9), em frente ao Obelisco Mausoléu, no Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.
O monumento é uma referência aos Heróis de 32, onde homens e mulheres do Estado de São Paulo lutaram em favor de uma nova constituição para o Brasil, que vivia sob o governo provisório de Getúlio Vargas. Seus corpos foram sepultados na escultura.
Além do público, diversas autoridades estiveram presentes na cerimônia, como o governador do estado, Tarcísio de Freitas, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, entre outros convidados.
Antes do deslocamento da tropa da Polícia Militar de São Paulo, houve uma cerimônia de sepultamento dos heróis homenageados no Mausoléu, com salva de tiros, toque de silêncio e deposição de flores junto ao túmulo.
Também participaram do desfile integrantes da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Exército, Marinha, Força Aérea e Guarda Civil.
Medalha Constitucionalista
No evento também ocorreu a condecoração da medalha de ordem ao mérito Armando Romagnoli Herói Paulista — combatente da revolução a cerca de 30 pessoas homenageadas.
A honraria foi criada pela Sociedade Veteranos de 32 e tem por objetivo agraciar personalidades civis e militares ou instituições públicas e privadas que prestaram serviço ao estado ou que tenham contribuído para o engrandecimento da pátria.
"Hoje é uma data histórica. É o feriado mais importante do estado de São Paulo. Dia de relembrar a memória desses heróis, que dedicaram suas vidas naquele levante constitucionalista e que jamais será esquecido", disse Derrite, um dos agraciados.
Revolução de 32
Em julho de 1932, um crescente descontentamento popular em São Paulo levou à realização de comícios e manifestações contra o governo provisório liderado por Getúlio Vargas.
Os atos resultaram em conflitos nas ruas, e a morte de quatro estudantes em maio de 1932, virando símbolo da luta constitucionalista — o fato deu origem ao símbolo MMDC (iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo).
Foram 85 dias de combate, com milhares de mortos. A cidade perdeu no conflito armado, mas conquistou o que queria no campo político.
A luta resultou na convocação de uma Assembleia Constituinte em 1933, mesmo ano em que foi criada a Justiça Eleitoral, que permitiu a mulheres o direito ao voto em eleições nacionais. No ano seguinte, foi promulgada a nova Constituição Federal.
Até hoje, o 9 de Julho é feriado em São Paulo e marca a data como símbolo de luta por democracia e Estado de Direito. (Agência SP)
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