
Clima seco aumenta riscos de irritação nos olhos
Com a chegada da sexta onda de calor neste final de semana, a redução da umidade do ar se tornou uma preocupação a mais para a saúde das pessoas. Nesse período, não só sintomas respiratórios, como sangramento nasal, são agravados, mas também problemas na pele e nos olhos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal deve ficar entre 50 e 60%. Abaixo de 30% é considerada uma situação de alerta, e algumas regiões do Brasil, como Sudeste principalmente chegou a registrar índices abaixo de 20% nesta estação.
A oftalmologista dra. Ione Alexim especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz explica que a baixa umidade do ar pode comprometer a lubrificação ocular, causando sintomas como vermelhidão, irritação, ardência, sensação de areia nos olhos e até embasamento visual. “A falta de umidade prejudica a mucosa ocular, aumentando a chance de infecções e doenças”. Essa deficiência na lubrificação ocular não só provoca desconforto, mas também compromete a barreira de proteção natural dos olhos, aumentando a probabilidade de infecções e outras doenças oculares. “A mucosa ocular prejudicada pode facilitar a entrada de vírus e bactérias”, alerta. Ela ressalta ainda que os sintomas podem ser exacerbados em indivíduos com condições preexistentes, como síndrome do olho seco, blefarite e alergias oculares.
Os colírios lubrificantes são uma solução eficaz para ajudar na lubrificação dos olhos. “Devem ser usadas conforme orientação médica, em ambientes secos ou durante o uso prolongado de dispositivos eletrônicos”, orienta. “Óculos de sol com proteção UV, chapéus e viseiras são essenciais para filtrar os raios ultravioletas, que podem agravar a secura ocular e causar outros danos na visão”, explica a oftalmologista. Sobre a tela do celular, ela ressalta, “É necessário fazer pausas regulares durante o uso de telas. A cada 20 minutos, descanse os olhos por 20 segundos, olhando para longe, a 20 metros. Isso ajuda a reduzir o cansaço ocular e melhorar a lubrificação natural”, recomenda.
Grupos mais vulneráveis, como idosos, pessoas que passam muitas horas em frente a telas e aquelas com doenças oculares preexistentes, devem redobrar esses cuidados. “Idosos, por exemplo, têm uma produção natural de lágrimas reduzida, e os usuários de telas frequentemente esquecem de piscar, o que aumenta a secura”, finaliza.
Além das medidas mencionadas, é crucial manter uma dieta equilibrada e realizar atividades físicas moderadas, evitando os horários mais quentes do dia. O tempo seco pode ser desafiador, mas com os cuidados certos, é possível proteger a saúde ocular e da pele.
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