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Limeira aparece em ranking de roubos e furtos de caminhão no Estado

O Boletim Tracker-Fecap, divulgado no final do mês passado, revela que Limeira faz parte do grupo de municípios entre os mais atingidos por roubos e furtos de caminhões no estado.

A cidade está na sexta posição da Tabela de Top 10 Cidades de São Paulo, somando vinte e uma ocorrências no período de janeiro a agosto de 2025. Além de Limeira, entraram neste ranking Itatiba, São Bernardo do Campo, Itaquaquecetuba e Jundiaí.  Para o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa, o dado alarmante e sugere que novas rotas e municípios estão se tornando alvos de quadrilhas especializadas, provavelmente acompanhando o crescimento logístico e o fluxo rodoviário.

É importante observar também que as ocorrências estão sempre próximas de rotas de transporte de carga e zonas industriais, o que reforça a relação direta entre o crime e o fluxo de mercadorias”, frisou.  Por outro lado,  Cubatão, Osasco, Paulínia, Santos e Sumaré deixaram o ranking no período.

O estudo mapeou as vias com maior incidência de crimes. Há uma predominância de rodovias entre os logradouros mais afetados. A Rodovia Fernão Dias, que conecta a capital paulista ao sul de Minas Gerais, aparece em três posições distintas — em Guarulhos, São Paulo e Mairiporã. Em Limeira, a Rodovia Anhanguera aparece no Top 10 do Estado, registrando seis ocorrências no período. A predominância de algumas rodovias reforça que as ocorrências estão sempre próximas de rotas de transporte de carga e zonas industriais.

 No contexto estadual, o roubo de caminhões registrou um aumento de 39,4% em agosto de 2025, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram 145 ocorrências, o que representa um roubo a cada cinco horas no estado de São Paulo. Já os furtos tiveram uma redução de 41,6%. No acumulado do ano, no entanto, houve uma queda de 3,8% nos roubos e de 20,4% nos furtos, frente a 2024. “Esses dados sugerem uma possível eficácia das medidas de segurança ou uma mudança no modus operandi dos criminosos, que podem estar se deslocando para outras modalidades ou regiões”, analisa o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira.

Os veículos mais visados são o Volvo FH e o Scania Série R, caminhões trator geralmente usados em transporte de longa distância e operações logísticas de alto valor. A maior parte dos eventos, cerca de 75%, ocorre nas vias públicas, e não em pontos fixos. Terça, quarta e quinta-feira concentram 57% do total de ocorrências, com a terça-feira registrando o maior número de eventos.

Segundo o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, “os picos de eventos coincidem com o pico das operações de transporte e entrega. Esse dado, aparentemente simples, orienta a estratégias de monitoramento do Grupo Tracker, com reforço de vigilância em horários e rotas críticas, quando o risco é maior e a mobilização das quadrilhas mais intensa. Essa abordagem proativa não apenas aumenta a taxa de recuperação, mas reduz o tempo médio de resposta, fator decisivo para garantir a integridade do veículo, da carga e do motorista”.

Vieira conclui que o combate a essa rede de crimes exige a integração de dados e uma fiscalização orientada por inteligência, além da conscientização de quem compra, para não alimentar o comércio informal de peças sem nota fiscal.


Alimentos lideram o ranking de mercadoria mais visada

De giro rápido e de fácil escoamento no mercado informal, os alimentos são as cargas alvo do maior número de crimes. Segundo o levantamento, das 2.726 ocorrências de janeiro a agosto deste ano, 861 crimes foram contra este tipo de mercadoria, o que representa 31,5% dos casos. A categoria "outros tipos" representa 23,5% dos casos, com 641 registros.

As cargas mistas, aquelas que envolvem mercadoria de diferentes naturezas no mesmo veículo fica na terceira colocação com 9,35% dos casos. Estes produtos podem ser mais rentáveis poe agregar produtos variados e (muitas vezes) de revenda fácil.

Entre os produtos específicos, destacam-se os cigarros e fumo (7,74%) e as bebidas (5,36%), ambos tradicionalmente associados à alta demanda no comércio informal. Itens mais especializados, como eletroeletrônicos (3,19%), autopeças (2,53%) e farmacêuticos (2,20%), aparecem em percentuais menores, mas não devem ser subestimados.

Embora menos frequentes, esses produtos possuem maior valor agregado por unidade, podendo gerar prejuízos expressivos às empresas vítimas. Já as áreas têxteis, de madeira/móveis e de produtos químicos (1,54%) apresentam ocorrência reduzida, possivelmente devido a características logísticas (menor transporte urbano, maior especialização) ou menor liquidez no mercado paralelo. (Carlos Gomide)

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