Apeoesp indica baixa frequência de alunos em aulas presenciais

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Entidade pontua que o professor ocupa 80% do seu tempo para atender presencialmente uma pequena parcela dos estudantes

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) fez um levantamento, após três semanas do retorno presencial às aulas nas escolas da rede municipal de ensino de Limeira. O estudo analisou dados de 21 escolas municipais e mostrou que 11,4% dos alunos compareceram as aulas presenciais e o restante participou remotamente.

De acordo com o sindicato, os dados foram coletados por representantes de escolas e as unidades escolares são de regiões e modalidades diferentes, isto é, não se trata de casos pontuais.

A Apeoesp ressalta que é notória a falta de planejamento eficaz da Secretaria da Educação dentro desse processo. “Observamos que o retorno às aulas presenciais como queria o governo não ocorreu. Assim não se justifica o alto investimento pedagógico que está sendo feito, para o atendimento de pequena porcentagem de alunos, em detrimento daqueles que permanecem em ensino remoto”, observa.

A entidade ainda pontua que o professor ocupa 80% do seu tempo para atender presencialmente uma pequena parcela de seus alunos. “Apenas 20% de seu tempo é destinado ao atendimento da maioria deles, que estão em ensino remoto, por opção sensata de suas famílias”, salienta.

Outro ponto é que, nesses 20% do tempo, o professor tem que atender os alunos via mídias sociais, preparar atividades, gravar vídeos, orientar as famílias na realização das atividades, entre outras obrigações. “Isso tudo sem estrutura adequada de tecnologia, utilizando-se, na maioria das vezes, de seus próprios meios, como notebook, celular e sinal de internet”, diz.  

A conclusão do levantamento para o sindicato é que “investir no ensino on-line neste momento com garantia de tecnologia e estrutura para alunos e professores além de mais seguro é mais inclusivo”.

FALTA ESTRUTURA

Na opinião da entidade, a Secretaria Municipal de Educação deveria ter dado todas as condições e estrutura para o trabalho remoto e preparado ações e investimento, desde o final do ano passado, para garantir a inclusão de todos no processo aprendizagem, pois já era fato que haveria a segunda onda de contaminação, o que impediria o retorno das aulas presenciais no início do ano letivo com segurança. “As unidades escolares, independente da pandemia, necessitam de uma renovação tecnológica, muitas possuem internet de baixa qualidade e de pouca velocidade e equipamentos extremamente obsoletos. O investimento em tecnologia poderia ter sido realizado com recursos do Fundeb. Em 2020, de acordo com o Portal da Transparência, houve residual a ser reprogramado, ou seja, dinheiro em caixa que não foi utilizado”, diz o sindicato.

O cenário da pandemia ainda não aponta queda nos índices, o que preocupa a entidade, que tem alertado sobre a mobilidade dos estudantes, que se deslocam de casa até a escola, e o encontro com outras crianças pode potencializar a curva da infecção da covid-19.

Além dessa situação, há preocupação com a imunização dos profissionais da educação (acima de 47 anos), que apenas tomaram a primeira dose e esperam a chegada de mais vacinas para completar a imunização.

O sindicato explica que tem a frequência diária dos estudantes e o nome das escolas utilizados nessa primeira fase do estudo. “Optamos por utilizar a proporção média para deixar nossa comparação clara e direta. Não divulgamos o nome das  escolas para evitar qualquer tipo de constrangimento. Importante registrar que o sindicato também acompanha a frequência presencial

e on-line da rede estadual de Limeira, Iracemápolis e Cordeirópolis, e o resultado é absolutamente o mesmo, ou seja, o professor ocupa a maior parte do seu tempo com pouquíssimos alunos na sala, prejudicando a expressiva maioria que estão remotos”.

 

 

 

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