Família relata o drama sobre a falta de informações que indicam o paradeiro do idoso e clama por ajuda
Hoje completam três meses do desaparecimento de José Renato Forner, de 75 anos, morador de Engenheiro Coelho. O sumiço do idoso mudou a rotina dos familiares nesse período e a falta de informações sobre onde e como ele está aumenta o drama dos parentes. A esposa, Vera Regina Oliveira Forner, o irmão Francisco Forner e Maria Conceição (esposa de Francisco) receberam a reportagem e contaram como têm sido o dia a dia à procura de Forner.
A última vez foi debaixo de uma árvore que ele foi visto nas imediações de uma área onde a família tem sítios. Na manhã de 24 de maio, uma sexta-feira, ele deixou sua casa no Centro para caminhar. Avisou a esposa que iria até o sítio de Francisco, e chegou ao destino, mas o irmão não estava por lá. “Ele saiu por volta de 9h. Gostava de caminhar pelas manhãs e, naquele dia, contou que visitaria o irmão. Ele tomou o café e avisou que voltaria para o almoço, às 11h. O sítio não fica longe, daqui lá são cerca de 700 metros. Os sítios da família ficam na antiga Fazenda São Pedro, também conhecida como Fazenda Forner. Ele chegou ao destino, mas Francisco não estava por lá. Depois, foi ao vizinho e conversou com um rapaz que lavava o imóvel. Passou perto do sítio que é dele, nas imediações da estrada Sorocabana, e encontrou o Artur, que é nosso sobrinho-neto. Artur disse para ele esperar uns 15 minutos, pois daria uma carona, mas Forner avisou que continuaria a caminhada porque depois iria almoçar”, descreveu.
José continuou a caminhar, passou ao lado de um grupo de trabalhadores rurais e, num trecho onde há dois caminhos, pegou o da esquerda. “Se ele tivesse acessado o da direita, daria a volta e retornaria para casa, mas pegou a outra estrada, beirando o canavial e não retornou mais”, citou o irmão.
Como chegou o horário de almoço e ele não apareceu em casa, Vera ficou preocupada e começou a avisar os familiares. Maria, sua cunhada, descreveu como foram as primeiras buscas. “Peguei meu filho e saí para procurá-lo. Conversamos com os trabalhadores rurais e eles descreveram que ele passou perto deles, de cabeça baixa, não cumprimentou ninguém e seguiu caminhando. Meu filho e eu encontramos pegadas na estrada, cujas marcas eram semelhantes aos calçados que ele usava. Até encontramos um tratorista que afirmou tê-lo visto e apontou a direção. Continuamos seguindo as pegadas e, em determinado ponto, os rastros seguem para uma direção, voltam e desaparecem. Supomos que ele entrou em canavial onde a cana estava cortada e, por causa disso, não ficaram mais as marcas do calçado. Há uma árvore do outro lado dessa área e foi nessa árvore que uma pessoa afirmou que o viu pela última vez, sentado, como se estivesse descansando na sombra. Fomos ao local indicado e novamente encontramos as marcas do calçado. Porém, além delas, havia um rastro de motocicleta. Meu filho seguiu essa marca e identificou que, mais adiante, outro sinal aparentava que o veículo tinha bambeado, pois a terra estava mexida e havia marca de apenas um dos pés”, detalhou Maria.
Depois desse dia, Forner nunca mais foi visto. Chegaram informações sobre um idoso que foi observado nas imediações do pedágio e até de limeirenses que o teriam visto no Jardim Santa Adélia. “Nesse bairro, os cães farejadores até encontraram o cheiro dele. Uma mulher disse que o ajudou a atravessar a rua e perguntou aonde ele iria. O homem disse que seguia para a casa da filha”, informou Francisco. O idoso tem uma filha que reside em Limeira, mas do lado oposto da cidade.
A BUSCA POR INFORMAÇÕES
Mesmo com grande repercussão na imprensa, nas mais variadas plataformas usadas pelos meios de comunicação, e até com oferta de R$ 5 mil por qualquer informação concreta que aponte a localização de Forner, a família não teve o retorno que esperava, ou seja, a notícia que aponte o que aconteceu. “Nesse período, precisei deixar minha casa e ir dormir na casa de um dos filhos, pois sinto muito a falta dele. Está sendo um momento muito difícil. No próximo ano, será nosso aniversário de 50 anos de casamento. Um homem simples, humilde e religioso, que era muito querido na cidade. No dia do desaparecimento, havia até congestionamento de pessoas que faziam buscas nas imediações onde ele foi visto”, contou Vera.
A situação que deixa a família angustiada é a falta de notícias. “Estou preparada para qualquer situação, mas não temos qualquer informação sobre onde e como ele está. Não sabemos se ele está sendo bem cuidado ou se está doente. Com fome ou se tem alimentação. Com frio ou se está agasalhado. É a falta de informação que nos deixa angustiado. Estou inconformada”, citou.
A família busca respostas e tenta entender como Forner desapareceu e não há pistas. “Pelo menos se ele pegou carona com algum motociclista, que esse condutor da moto nos dê uma orientação onde o teria deixado. Se alguém deu carona para ele até Limeira, que nos mande notícias. A única coisa que queremos saber é onde ele está, não importa como ou com quem. Mesmo que alguém tenha cometido algum crime e está com receio de falar, precisamos de uma resposta”, finalizou.
Quem souber do paradeiro ou tiver pistas de Forner, pode ligar para os seguintes números: (19) 99713-0804 (Jorge), (19) 99706-0201 (Adauri) e (19) 99363-1213 (Luiz Roberto). A família informou que mantém o sigilo das informações repassadas.