Botion adiou três vezes plano que embasaria licitação no transporte

Ônibus da Sou Limeira forma apresentados, no dia 22 de novembro, na Prefeitura (JB Anthero/Arquivo Gazeta)

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Questionado, secretário informou que o Plano de Mobilidade deve atrasar ainda mais

A insegurança no transporte coletivo de Limeira, que está sujeito a nova contratação emergencial e ao gasto de mais recursos públicos, poderia ter sido evitada desde 2017 se uma concorrência pública tivesse sido aberta. A declaração é do vereador dr. Marcelo Rossi, com base em resposta da Prefeitura a requerimento de sua autoria.
Ao ser questionado pelo vereador sobre os sucessivos atrasos para o envio do projeto de lei do Plano de Mobilidade Urbana à Câmara Municipal, o próprio secretário de Mobilidade, Rodrigo Oliveira, confirmou a denúncia e foi além. Admitiu que, depois de três prorrogações do prazo que era agosto de 2019, novos prazos serão adotados.
“Enquanto o plano de mobilidade prometido é incerto, a licitação aguardada desde 2017 também é uma incógnita, afinal, a própria Prefeitura sustenta que esse plano embasaria a concorrência pública no transporte coletivo que nunca foi aberta pela atual administração”, explica o vereador.
A informação de que as diretrizes do plano nortearão o futuro edital também consta no documento enviado pela Prefeitura após questionamento do parlamentar. Nele, o secretário diz que o prazo de conclusão do plano de mobilidade era 24 de agosto de 2019. A primeira prorrogação, segundo Rodrigo Oliveira, ocorreu porque as pesquisas de origem e destino coincidiram com as férias escolares, comprometendo todo o trabalho. “Ora, não precisa ser técnico da área para saber os meses que os estudantes entram em férias. Essa justificativa não convence”, comenta Rossi.
A explicação da Prefeitura para a segunda prorrogação é que foi detectada necessidade de aprofundar os estudos do transporte coletivo. Já a última prorrogação “se deu visto que, com a finalização dos trabalhos do plano de mobilidade, haverá necessidade de discussão com a equipe de informática da Prefeitura, objetivando a implantação dos sistemas e treinamento de pessoal, o que só poderá ser efetivado quando houver o levantamento total dos dados e aprovação do projeto”.
“As justificativas não convencem e o que é pior, suscitam mais dúvidas sobre os motivos de tanto atraso em meio a um cenário inédito de intervenção com valores milionários”, avalia o vereador.
O secretário ainda informou no documento que o novo prazo previsto para o último dia 30 poderia ser prorrogado, como se confirmou.


Indecisão no transporte
preocupa usuários

Limeirenses que dependem do transporte coletivo estão preocupados com a possibilidade da cidade ficar sem ônibus. Ontem, em coletiva de imprensa, o prefeito Mario Botion afirmou que a cidade não vai ficar sem o serviço. Ele foi questionado por jornalistas sobre o contrato do transporte, pois vence amanhã, mas respondeu que tratativas são feitas com a Sancetur e soluções virão. Nada além disso, foi abordado pelo prefeito.
Os usuários cobram um posicionamento, afinal quem precisa de ônibus pode ficar sem. O limeirense, R.A., 29 anos, afirma que o povo não merece tanto descaso. Para ele falta planejamento.
Patrícia Silveira comenta que a atual empresa, a Sou Limeira, chegou como a solução de todos os problemas. "Agora corremos o risco de ficar sem transporte e a prefeitura não informa nada", diz.
Outro usuário, que não quis se identficar, acredita que é uma ameaça somente para negociar aumento. "A população fica a mercê e é quem sai prejudicada no final", afirma.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Limeira (Sinditrul), Alex Oliveira, disse, em entrevista à Rádio Educadora, que soube da informação pela imprensa. "Sabemos que o contrato vence dia 16, mas não soubemos da resistência de um dos lados [por parte da Sancetur ou Prefeitura para renovação de contrato]. Estamos aguardando para ver o que será resolvido. Com o problema da Covid-19, o número de passageiros caiu bastante e está tentando ver com a Prefeitura como pode resolver isso. Estamos aguardando para ver qual medida tomar", afirmou. Sobre uma possível paralisação, Oliveira disse que "só pensamos em caso de paralisação se não tiver contrato assinado ou a empresa abandonar a cidade. Ainda não pensamos nisso".


Comissão pede informações
sobre tratativas com Sancetur

A Comissão de Controle e Fiscalização dos Atos do Poder Executivo se reuniu ontem, para tratar da questão do transporte coletivo de Limeira. Os vereadores deliberaram pelo encaminhamento de ofício à Prefeitura solicitando informações sobre as tratativas entre o Executivo e a empresa Santa Cecília Turismo (Sancetur) para que ela continue, ou não, realizando os serviços de transporte na cidade. O colegiado solicitou, ainda, cópia do processo de contratação emergencial da nova empresa.
A comissão é composta pelos vereadores Dr. Marcelo Rossi (Podemos), presidente; Mir do Lanche (PL), vice-presidente; e Jorge de Freitas (PSD), secretário.

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