Sem funcionar, comércios recebem cobrança de taxa de funcionamento  

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Prefeitura começou a enviar os carnês no final de julho, o que revoltou empresários

 

 

Após cinco meses com as portas do seu salão de beleza fechadas, devido à pandemia do novo coronavírus, Eliana Moller se surpreendeu ao receber um carnê para pagamento de taxa de funcionamento de publicidade, enviado pela Prefeitura de Limeira. “Sempre pago, mas neste ano não estamos podendo trabalhar. Fiquei indignada ao receber essa cobrança. Se somos impedidos de trabalhar, por que não liberam os comerciantes desses impostos?”, questiona.

De acordo com Eliana, o carnê chegou na última semana e o valor é de quase R$ 1,2 mil. “Não podemos atender, porém, os carnês não param de chegar. Pago IPTU, aluguel e, agora, mais essa cobrança para a Prefeitura”, disse.

Ela usou suas redes sociais para manifestar a revolta. Eliana tem 14 funcionários em seu salão que estão impedidos de trabalhar. Pelo Facebook, outros empresários comentaram. “Também recebi o meu carnê e não sei como vou pagar já que não posso trabalhar”, cita um comerciante.

Empresário e membro da Roda de Negócios, Mauro Fernandes também ficou preocupado quando recebeu a mesma cobrança. “Esse carnê é cobrado conforme o número de funcionários que você tem. Não estamos conseguindo nem pagar o básico, agora vem mais esse valor”, cita.

Para ele, a situação é revoltante. “Todos que têm comércio estão recebendo. Estamos impedidos de trabalhar, sempre somos fiscalizados para garantir que estamos cumprindo as recomendações. Somos tratados como bandidos e, ainda, assim, recebemos mais cobrança. Não tem o que fazer para continuar mantendo as despesas e ainda a Prefeitura cobra mais imposto, não flexibiliza e não projeta nada que ajude ninguém. Temos uma situação caótica devido à uma equipe totalmente despreparada”, comenta ele.

 

PEDIDOS NÃO FALTAM

 

Pedidos para apoiar o comércio local não faltam. Em julho, a situação econômica das indústrias e do comércio de Limeira foi tema de reunião entre a Frente Parlamentar de Ações Preventivas e Impactos Econômicos da Câmara e os diretores do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). Participaram Jairo Ribeiro Filho (presidente), Renato Laranjeira (primeiro vice-presidente) e Marcos Antonio Ribeiro Bozza (segundo vice-presidente). Ribeiro apontou que um dos principais problemas vividos pelo setor produtivo, em especial os restaurantes, é o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Conforme nota emitida pela Câmara Municipal, ele explicou aos vereadores que diversos proprietários de imóveis estão flexibilizando aluguéis e que os governos estadual e federal estão prorrogando impostos. Mas, segundo ele, no município não está havendo atitude semelhante. Nesse sentido, pediu apoio à Frente a fim de conquistar uma mudança no pagamento do imposto municipal.

 

DEMISSÕES

 

A Gazeta mostrou que Limeira fechou 3,4 mil postos de trabalho formais no primeiro semestre deste ano. A União Sindical dos Trabalhadores de Limeira (USTL) tem cobrado ações do município para manutenção de empregos. Nada, até agora, foi anunciado.

A situação foi encaminhada à Prefeitura de Limeira, mas não houve retorno.

 

 

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Botion pediu para a população pagar
impostos e ampliou gastos públicos

 

Em uma das primeiras entrevistas coletivas sobre o coronavírus, em março, o prefeito de Limeira, Mario Botion, chegou a implorar que a população não deixasse de pagar impostos. No entanto, desse período para os dias atuais, populares viram a Prefeitura acrescentar mais R$ 10 milhões à empresa de transporte, a Sancetur, e contratar empresa de publicidade cujo custo pode chegar a R$ 4,5 milhões. Houve ainda novas contratações de comissionados, sem fazer concessões ao comércio e empresas locais.

 

 

 

 

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